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Guterres clama por justiça no 11.º aniversário do desastre do MH17

António Guterres pediu colaboração internacional para responsabilizar os culpados pela queda do voo MH17, que vitimou 298 pessoas em 2014, expressando solidariedade às famílias afectadas.

16/07/2025 19:35
Guterres clama por justiça no 11.º aniversário do desastre do MH17

No dia em que se celebra o 11.º aniversário da trágica queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, pediu hoje a todos os Estados-membros para unirem esforços na busca de justiça para as 298 vítimas do acidente, ocorrido em 17 de julho de 2014, no leste da Ucrânia.

Em declaração pública, Guterres expressou a sua solidariedade para com as famílias das vítimas e lembrou a importância da resolução 2166 do Conselho de Segurança, que exige uma investigação rigorosa e independente sobre o incidente. O seu gabinete reiterou o apelo à colaboração plena de todos os países no sentido de assegurar que os responsáveis sejam levados à justiça, destacando o trabalho da Equipa de Investigação Conjunta.

A Equipa, que foi estabelecida em agosto de 2014 e liderada pelos Países Baixos, conta com a participação da Austrália, Malásia, Bélgica e Ucrânia, todos diretamente impactados pelo incidente. Em 2018, a investigação revelou que o sistema de mísseis usado para abater o avião era de origem russa, uma conclusão que foi contestada por Moscovo, que negou a existência de provas que corroborassem estas alegações.

Recentemente, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) condenou a Rússia por violar o direito internacional, incluindo responsabilizações pela queda do MH17. Estas decisões marcam um precedente, sendo a primeira vez que um tribunal internacional considera Moscovo responsável por tais violências desde a invasão da Ucrânia em 2022.

O juiz francês Mattias Guyomar declarou que Moscovo foi o responsável pelo abate do voo, que levava passageiros de Amesterdão a Kuala Lumpur, quando foi atingido por um míssil 'Buk' lançado de uma área controlada por rebeldes separatistas. Todas as 298 pessoas a bordo, incluindo 196 cidadãos holandeses, perderam a vida.

Embora as decisões judiciais tenham um peso simbólico, já que a Rússia foi expulsa do tribunal em 2022, as famílias das vítimas veem-nas como um passo significativo na luta por justiça, um processo que já se estende por mais de uma década.

Em maio deste ano, a Agência da ONU para a Aviação Civil também responsabilizou a Rússia pelo desastre, reforçando a necessidade de accountability nesta questão dolorosa.

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