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Ministra cubana gera controvérsia ao negar a presença de mendigos na ilha

A ministra do Trabalho, Marta Elena Feito, desata críticas ao afirmar que Cuba não tem mendigos, ignorando a crescente realidade de pobreza e desigualdade, segundo o presidente Díaz-Canel.

há 9 horas
Ministra cubana gera controvérsia ao negar a presença de mendigos na ilha

Recentemente, a ministra do Trabalho e da Segurança Social de Cuba, Marta Elena Feito, fez declarações controversas durante uma apresentação a uma comissão parlamentar, onde afirmou que "não há mendigos na ilha". Segundo ela, aqueles que aparentam ser mendigos estão, na verdade, "disfarçados de mendigos".

Feito desafiou a ideia de que as pessoas que reviram contentores de lixo o fazem para encontrar alimento e criticou quem se dedica a limpar para-brisas nas ruas, acusando-os de buscar uma "vida fácil". "Quando observamos as suas mãos e roupas, percebemos que não são mendigos, apenas estão disfarçados", insistiu a ministra.

As suas afirmações, transmitidas pela televisão nacional, geraram reações negativas nas redes sociais, especialmente numa época em que muitos cubanos enfrentam uma inflação elevada e a visibilidade de pessoas a pedirem esmola aumenta em Havana.

Um utilizador no Facebook expressou o seu desdém de forma humorística, afirmando: "Lembrem-se: estas pessoas não são mendigos em Cuba, são pessoas disfarçadas".

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, comentando a questão, considerou "altamente questionável" a falta de sensibilidade sobre as realidades sociais do país. Durante uma nova sessão parlamentar, sublinhou que a arrogância não deve ter lugar na análise da situação atual, reiterando que quem muitas vezes é visto como mendigo é, na verdade, um reflexo das desigualdades que afligem a sociedade cubana.

A pobreza tem vindo a aumentar em Cuba, exacerbada pela crise económica e o embargo dos EUA, e o governo anunciou que até 2024, 189 mil famílias e 350 mil indivíduos considerados vulneráveis receberão assistência social.

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