Míssil iraniano atinge base dos EUA no Qatar e provoca tensões na região

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos admitiu hoje que um míssil balístico iraniano atingiu a Base Aérea de Al Udeid, localizada no Qatar, durante um ataque realizado a 23 de junho. Este reconhecimento surge após uma cobertura mediática intensificada, incluindo imagens de satélite divulgadas pela agência Associated Press que evidenciam os danos resultantes do ataque.

Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, declarou que o ataque causou "danos mínimos aos equipamentos e estruturas" da base, assegurando que "a Base Aérea de Al Udeid permanece totalmente operacional, continuando a sua missão de segurança e estabilidade na região em cooperação com o Qatar".

As imagens capturadas pelo Planet Labs PBC mostram a cúpula geodésica da base logo antes do ataque, bem como danos significativos num edifício adjacente, enquanto a maior parte da infraestrutura permanece intacta.

O ataque foi desencadeado como resposta ao bombardeamento americano de instalações nucleares no Irão e culminou num cessar-fogo, mediado pelo presidente Donald Trump, pondo fim a 12 dias de confrontos entre o Irão e Israel. Durante este período, Trump indicou que o Irão havia previamente sinalizado os seus intentos de retaliar, permitindo assim que as forças de defesa dos EUA e do Qatar estivessem em prontidão.

Apesar do ataque, que causou interrupções nas viagens aéreas pela região, os analistas alertam que não se transformou na guerra regional prevista. Trump classificou a ação como uma "resposta muito fraca", observando que apenas um dos 14 mísseis disparados por Teerão conseguiu passar, já que os restantes foram intercetados pela defesa aérea.

A Guarda Revolucionária do Irão descreveu o ataque à base como "destrutivo e poderoso", enquanto o Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano alegou que a base havia sido destruída, embora não tenham sido apresentadas provas concretas. Um conselheiro próximo do ayatollah Ali Khamenei sugeriu que o ataque tinha desativado as comunicações da base, reforçando a ideia de que os danos foram significativos.

Em resposta às tensões que surgiram, Israel havia intensificado os seus bombardeamentos contra alvos no Irão, alegando a iminência de um programa nuclear, o que Teerão nega categoricamente. Após 12 dias de bombardeamentos mútuos, emergiu uma trégua, logo após o ataque iraniano à base americana no Qatar.