Moçambique em alerta: 50 mil vacinas urgentes para conter febre aftosa em Gaza
A província de Gaza, em Moçambique, enfrenta um grave surto de febre aftosa e necessita de 50 mil vacinas para proteger o gado, alertam autoridades locais.

A província de Gaza, situada no sul de Moçambique, está a lutar contra um surto de febre aftosa e precisa urgentemente de 50 mil doses de vacina, de acordo com informações das autoridades locais. Este número é fundamental para salvaguardar aproximadamente quatro mil animais, como bovinos e caprinos, da doença.
Sérgio Maneno, responsável pelo departamento de pecuária na direção provincial de Agricultura e Pesca, assinalou que a dependência da vacinação externa está a dificultar uma resposta eficaz ao surto. “A rápida propagação da doença é a maior preocupação, uma vez que causa sérios prejuízos económicos, pois impede a movimentação do gado entre as zonas agrícolas e as áreas afetadas”, afirmou Maneno.
Na localidade de Chibotane, Massingir, cerca de 1.900 bovinos e 1.800 caprinos estão em risco de contrair a febre aftosa. O dirigente destacou a importância de respeitar os protocolos sanitários para evitar a movimentação de gado e de produtos derivados nas áreas de Massingir e Mabalane.
“O cumprimento das diretrizes do ministério é crucial, nomeadamente a interdição de movimento. Pedimos também a colaboração dos agentes económicos para ajudar os técnicos na gestão do surto, especialmente nas proximidades do Parque Nacional de Limpopo”, acrescentou Sérgio Maneno.
A febre aftosa foi identificada pela primeira vez em Massingir em junho e este é já o segundo surto no espaço de menos de um ano. As autoridades atribuem a propagação da doença à coexistência de diferentes espécies de gado, como búfalos e bovinos.
“A enfermidade provoca feridas na boca dos animais, dificultando a alimentação durante alguns dias, mas a recuperação é rápida”, explicou o responsável, enfatizando a expectativa pelo fornecimento da vacina pelo ministério.
Um relatório do governo descreve a febre aftosa como uma das doenças com o maior impacto negativo na economia do país, tendo Moçambique reportado 15 focos em 2023. Comparativamente, o ano anterior registou um pico de 25 focos, a maioria localizada nas províncias de Tete e Manica.
A ocorrência da febre aftosa pode resultar na interdição das transações comerciais de Moçambique com outros mercados internacionais, afetando tanto produtos de origem animal como vegetal das áreas afetadas, conforme afirmado no relatório governamental.