Moçambique: Uma Promissora Central Energética em África
O presidente do Banco Mundial elogia o potencial de Moçambique como um hub energético no sul de África e compromete-se a apoiar iniciativas para expansão da capacidade produtiva.

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, destacou hoje as notáveis condições de Moçambique para se tornar um epicentro energético em África, mencionando o apoio da instituição a projetos para expandir a capacidade energética do país.
Após uma visita à Hidroelétrica de Cahora Bassa, uma das mais poderosas do continente, Banga afirmou que “Moçambique possui todos os elementos necessários para desenvolver a capacidade de energia e transmissão adequada”, enfatizando que a região não possui alternativas comparáveis aos recursos disponíveis neste país.
A visita de dois dias de Banga a Moçambique, resultado de um convite do presidente moçambicano, Daniel Chapo, teve como foco as oportunidades energéticas. Banga reconheceu que a energia hidroelétrica, o gás natural e as energias renováveis, como a solar e a eólica, são prioridades partilhadas entre os líderes.
Chapo reiterou o potencial do gás natural, uma das maiores reservas de África, como um recurso vital para a geração de energia, evidenciando projetos em andamento e futuros no sector. “Queremos diversificar a nossa produção energética, utilizando não apenas hidroelétricas, mas também os nossos ricos recursos de gás,” afirmou Chapo, convidando investidores a apoiar essa diversificação.
O presidente do Banco Mundial comprometeu-se em colaborar em diversos projetos, incluindo a expansão da capacidade de Cahora Bassa e a construção da nova barragem de Mphanda Nkuwa, prevista para ser concluída até 2031. Banga visualiza um futuro sustentável para Moçambique, onde o país poderá assegurar a sua posição como um centro energético estratégico no sul de África.
Para o sucesso desta visão, Banga enfatizou a importância de parcerias público-privadas e da colaboração com diversas agências do Banco Mundial. Numa analogia musical, afirmou que “muitos instrumentos precisam ser tocados em conjunto para criar uma sinfonia de sucesso”, referindo que este esforço colectivo poderá transformar Moçambique em “uma potência energética”.
Também foram discutidas oportunidades em turismo, desenvolvimento económico e qualificação profissional, sublinhando que o investimento na juventude é crucial para um futuro promissor.
Chapo frisou que a relação com o Banco Mundial deve focar em quatro áreas essenciais: turismo, agricultura, recursos minerais e energia, além das infraestruturas que facilitam o transporte e comércio.
A Hidroelétrica de Cahora Bassa, uma sociedade anónima com forte participação do Estado e da empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN), é um legado do período colonial português e continua a ser um pilar fundamental na produção de energia da região.