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Pai de criança mencionada por Rita Matias considera apresentar queixa

O progenitor de uma menina nomeada por Rita Matias em vídeo nas redes sociais estuda a possibilidade de apresentar uma queixa contra a deputada, consultando um advogado para esclarecimentos legais.

há 8 horas
Pai de criança mencionada por Rita Matias considera apresentar queixa

O pai de uma das crianças mencionadas no vídeo partilhado por Rita Matias, onde se referem nomes de alunos de uma escola, expressou a intenção de apresentar uma queixa contra a deputada do Chega. Em entrevista ao Diário de Notícias, o pai, que se deslocou a Portugal em 2019, manifestou a sua preocupação ao ver o nome da filha, uma menina de quatro anos, incluído na lista. “A minha filha ainda não está matriculada, apenas se candidatou a ingressar na escola”, explicou.

O descontentamento do pai foi acentuado pelo receio pela segurança da filha. “Senti-me triste e apreensivo, especialmente pela segurança dela”, desabafou, sublinhando que teve conhecimento de que os nomes estavam a circular em "grupos de extrema direita".

Além disso, o pai já teve um diálogo com o diretor da instituição de ensino, que assegurou que não existem discriminações a alunos imigrantes, desmentindo as alegações do Chega. “Nunca pensei que esta situação nos atingisse tão diretamente. Sendo imigrantes, estamos conscientes de que somos alvo de xenofobia, mas isso não torna a situação menos dolorosa”, afirmou.

No dia 4 de julho, Rita Matias publicou um vídeo no X (antigo Twitter) onde afirmava o mesmo sobre várias crianças presentes numa lista de alunos. O caso ganhou uma dimensão ainda maior quando o líder do Chega, André Ventura, mencionou os nomes durante uma intervenção na Assembleia da República, levando a fortes reações de repúdio por parte de partidos de esquerda.

Na sequência das declarações de Ventura, que afirmou que em muitas escolas já não se encontram nomes comuns como “André”, “João” ou “Maria”, surgiram diversas reações. Candidatos e políticos de outros partidos criticaram a falta de empatia do Chega, considerando o episódio como inaceitável num estado democrático.

Por exemplo, o ex-ministro e candidato pelo PSD à Câmara do Porto expressou a sua consternação, enquanto a candidata do PS à Câmara de Lisboa sublinhou que o discurso ultrapassou os limites do aceitável.

Entretanto, o Chega manteve as suas críticas à composição das escolas, alegando uma “inversão demográfica”, enquanto reacções de repúdio por parte de outros partidos continuaram a intensificar-se, reprovando o discurso de ódio.

Paralelamente, foi noticiado que os projetos de lei do governo sobre nacionalidade e imigração baixaram à fase de especialidade. Mudanças incluem um aumento no tempo de permanência exigido para a cidadania e potenciais restrições sobre a perda de nacionalidade para naturalizados.

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