Petição sobre Mariana Mortágua gera controvérsia e evidencia desinformação
O EDMO divulgou um relatório sobre desinformação que sublinha uma petição portuguesa sem validade que pedia a Israel para não devolver a deputada Mariana Mortágua.
O Observatório Europeu dos Media Digitais (EDMO) revelou, no seu mapa de 'fact-checking' de outubro, um caso emblemático de desinformação em Portugal. Uma petição pública que contava com mais de 62 mil assinaturas clamava para que Israel "não devolvesse" à deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que se juntou à frota humanitária destinada a Gaza.
No entanto, a petição em questão não possuía os requisitos legais necessários para a sua apresentação no parlamento. Segundo a Constituição portuguesa, cada subscritor deve ser devidamente identificado através do nome e do número do cartão de cidadão ou outro documento válido, mas a petição analisada não solicitou essas informações.
Mariana Mortágua regressou a Portugal no dia 5 de outubro, mas a polêmica sobre esta petição levanta questões sobre a circulação de informações erradas em tempos de crise.
Além disso, o EDMO também chamou a atenção para a desinformação persistente em outros países. Em Espanha, vídeos fraudulentos sobre as cheias em Valência, que datam de um ano, continuam a viralizar nas redes sociais, acumulando milhões de visualizações sem qualquer aviso das plataformas sobre a sua veracidade.
Na França, um suposto vídeo de um roubo no Museu do Louvre, criado com Inteligência Artificial, ganhou notoriedade, enquanto na Alemanha, falsidades associando paracetamol ao autismo, ditas por Donald Trump, suscitaram debates acalorados, mesmo sem provas que sustentem tal afirmação.
Por sua vez, em Itália, um estudo da NewsGuard destacou a nova ferramenta da OpenAI, Sora 2, que tem a capacidade de gerar vídeos hiper-realistas, mas frequentemente desinformativos.