Portugal destaca-se na defesa dos oceanos em Osaka
Portugal reafirma a sua liderança na conservação marinha com a criação da Área Marinha Protegida do banco de Gorringe e uma moratória à mineração do mar profundo até 2050.

No contexto da Expo2025 em Osaka, Tiago Pitta e Cunha, administrador-executivo da Fundação Oceano Azul, afirmou que Portugal ocupa uma posição de destaque na proteção dos oceanos, especialmente após a criação da Área Marinha Protegida (AMP) do banco de Gorringe. Este projeto, anunciado pela ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, na terceira Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em junho em Nice, França, vai incrementar a área marinha protegida em Portugal de 19% para 25%. Esta medida aproxima-se da meta global de salvaguardar 30% dos oceanos até 2030.
Além disso, a iniciativa recente nos Açores, que estabeleceu a maior rede de áreas protegidas do Atlântico Norte, abrange 30% das águas da região, totalizando cerca de 300 mil quilómetros quadrados, metade dos quais sob proteção total. Pitta e Cunha exclamou que “com as áreas marinhas protegidas que Portugal anunciou, somos efetivamente um dos países na vanguarda da agenda oceânica. Sinto um grande orgulho por Portugal”.
Joana Gomes Cardoso, comissária-geral de Portugal na Expo2025, uniu-se a esta opinião, frisando o facto de que a causa dos oceanos se tornou uma prioridade nacional, transcendente a divisões políticas.
Tiago Pitta e Cunha destacou também que Portugal é um dos poucos países do mundo a ter uma lei do Parlamento que institui uma moratória até 2050 para a mineração em alto-mar. “Proteger o oceano e ao mesmo tempo permitir a exploração mineral é um erro que não devemos cometer”, alertou o especialista.
Ao contrário de outras nações que estabelecem AMP em zonas remotas, Pitta e Cunha enfatizou que Portugal está a implementar estas áreas no centro do Atlântico, onde a proteção é verdadeiramente necessária. O entusiasmo pela conservação é evidente nas actividades da fundação, como a expedição científica ao banco de Gorringe coordenada recentemente.
A gestora de projetos da Oceano Azul, Sílvia Tavares, comentou que a fundação traz à Expo experiência prática na criação de AMP funcionais, destacando o envolvimento de pescadores e a participação da comunidade no processo de decisão.
Desde a sua criação, a Oceano Azul, fundada pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos em 2017, tem como missão garantir a conservação e uso sustentável dos oceanos, incluindo o Oceanário de Lisboa no seu património.