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Presidente da Guiné-Bissau ordena investigação a suposta tentativa de golpe de Estado

Umaro Sissoco Embaló confirmou uma investigação a uma alegada tentativa de golpe para obstruir as eleições de 23 de novembro, assegurando que a situação está controlada.

Em declarações à Jeune Afrique, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que está a decorrer uma investigação a uma suposta "tentativa de golpe de Estado" que visa impedir as eleições agendadas para o dia 23 de novembro. O líder garantiu que "tudo está sob controlo" e a situação está a ser monitorizada.

O Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau denunciou a existência de uma alegada tentativa de golpe que envolve vários oficiais, incluindo o general Daba Na Walna, que ocupa a posição de chefe da escola militar de Cumeré, situada no norte do país.

Conforme revelado pelo vice-chefe do Estado-Maior, general Mamadu "Nkrumah" Turé, o general Na Walna, que já foi presidente do Tribunal Superior Militar, encontra-se detido desde quarta-feira à noite em virtude de seu envolvimento na tentativa de golpe.

Durante uma conferência de imprensa realizada no Quartel-General em Bissau, que foi transmitida ao vivo nas redes sociais, Turé apresentou alegações que, segundo ele, demonstram a participação do general Na Walna nos planos golpistas. "Esta ação tinha como objetivo interromper o processo eleitoral", afirmou Turé, sem revelar o número total de oficiais detidos. Também alertou que vários outros militares estão a fugir.

Em conversa com a Jeune Afrique, o Presidente Sissoco Embaló reiterou que a investigação está em marcha e que a segurança do processo eleitoral é prioritária. "Estamos determinados a não permitir que ninguém interfira no processo eleitoral. Se houver civis envolvidos, também eles serão responsabilizados", disse o general Turé.

A campanha para as eleições presidenciais e legislativas, que começa no próximo sábado e se estende por três semanas, ocorre na ausência inédita do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) e de seu candidato, Domingos Simões Pereira, um dos principais opositores do atual Presidente.

Num comunicado lido nas redes sociais, o general Fernando da Silva, chefe da divisão de quadros e pessoal das Forças Armadas, denunciou esta tentativa de subversão da ordem constitucional, reafirmando a necessidade de garantir a paz e a estabilidade em um momento crucial para o desenvolvimento do país.

Desde a sua independência de Portugal, a Guiné-Bissau já enfrentou quatro golpes de Estado, 17 tentativas golpistas e uma série de mudanças governamentais.

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