Professora ferida por aluno de 6 anos descreve momentos de terror após o tiroteio
Abigail Zwerner, que foi baleada por um aluno de seis anos, pede 40 milhões de dólares em indemnização, alegando que o ataque poderia ter sido evitado com a ação da administração escolar.
Abigail Zwerner, a professora norte-americana que sofreu um acidente trágico na Escola Primária de Richneck, em Newport News, Virgínia, relatou em tribunal os momentos aterradores que viveu após ser baleada por um aluno de apenas seis anos. No dia 6 de janeiro de 2023, Zwerner, que na altura tinha 27 anos, ficou gravemente ferida quando uma bala disparada pela criança atravessou a sua mão antes de atingi-la no peito.
“Pensei que tinha morrido ou que estava a caminho do céu”, afirmou Zwerner em declarações à NBC News. “Mas quando tudo escureceu, percebi que tinha de lutar.” A bala permanece alojada no seu corpo, com um médico a alertá-la que a remoção seria mais arriscada do que deixá-la ficar.
Zwerner, agora ex-professora, partilhou ainda as suas dificuldades diárias, como a incapacidade de realizar tarefas simples como abrir pacotes de batatas fritas, evidenciando o impacto físico e psicológico do ataque, que continua a atormentá-la. Esta situação levou-a a processar a administração escolar, reclamando 40 milhões de dólares (aproximadamente 37 milhões de euros) por negligência.
A professora argumenta que o terrível incidente poderia ter sido evitado se a ex-vice-diretora da escola, Ebony Parker, tivesse tomado uma atitude diante dos sinais evidentes que indicavam que o aluno representava uma ameaça. Segundo Zwerner, várias notificações sobre a presença de uma arma na mochila do menino chegaram a Parker por parte de colegas.
No tribunal, um advogado de Parker questionou a falta de ação da própria professora, mas Zwerner explicou que se sentia segura pois acreditava que a administração estava ciente da ameaça. “Não pensei mais nisso, pois confiei que a administração tomaria as devidas precauções em relação à arma na escola”, disse ela.
O incidente resultou também na condenação da mãe do aluno, Deja Taylor, a 21 meses de prisão por negligência, após ter reconhecido que a arma estava acessível ao filho sem supervisão adequada.
Embora o menino não tenha sido acusado criminalmente devido à sua idade, ele está sob acompanhamento psicológico e fora do ambiente escolar desde o ocorrido.