PS Adia Comentários sobre OE2026 até Entrega Oficial
Eurico Brilhante Dias argumenta que o PS só se pronunciará sobre o Orçamento do Estado quando o Governo o apresentar, comprometendo-se com as eleições autárquicas que se aproximam.
O líder da bancada parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, afirmou que o partido não se posicionará sobre o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) até conhecer a proposta oficial, cuja entrega está prevista para 10 de outubro. Dias considerou que a data escolhida para a apresentação do orçamento, apenas dois dias antes das eleições autárquicas, levanta suspeitas sobre intenções eleitoralistas por parte do Governo.
“Não esperamos que o PS tenha muito a dizer sobre o processo orçamental sem ter conhecimento do mesmo. Faremos isso no momento adequado”, explicou, em declarações à agência Lusa.
O dirigente socialistas sublinhou a responsabilidade do Governo na formulação do orçamento, e observou que, até que isso ocorra, o PS não irá comentar a situação financeira do país. “A iniciativa é do Governo e até lá não se deve tomar uma posição”, reiterou.
Quando questionado sobre possíveis negociações antecipadas, à semelhança do que ocorreu no ano anterior entre Luís Montenegro e o ex-dirigente do PS Pedro Nuno Santos, Brilhante Dias mostrou-se cético quanto a tal possibilidade, considerando-a “pouco provável” dada a postura do executivo atual.
Sobre a recente derrota eleitoral nas legislativas, Brilhante Dias não chamou a atenção para um único responsável, afirmando que se trata de uma responsabilidade coletiva do PS. “Participei ativamente na campanha ao lado de Pedro Nuno Santos e ele não merece ser responsabilizado individualmente por este resultado”, defendeu.
Relativamente à presença de Pedro Nuno Santos na bancada, o líder parlamentar congratulou a sua contribuição para o partido, considerando-o um dos deputados mais dedicados e “bem-vindo à bancada”.
Além disso, ao abordar a polémica em torno da demolição de barracas em Loures, sob a liderança do socialista Ricardo Leão, Brilhante Dias defendeu que o problema exige soluções que ultrapassem a mera destruição de habitações e que as críticas neste contexto devem ser justas. “Não se trata de apenas derrubar, mas sim de encontrar soluções socialmente justas”, concluiu.