PSD é acusado pelo PS de dificultar a audição da ministra da Saúde
O PS criticou o PSD por tentar bloquear a audição da ministra Ana Paula Martins, alegando que tal atitude compromete o escrutínio parlamentar e a integridade da democracia.

O Partido Socialista (PS) tece duras críticas ao Partido Social Democrata (PSD) por supostamente estar a obstruir a audição da ministra da Saúde, Ana Paula Martins. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, afirmou que o PSD está a comprometer a capacidade de fiscalização da Assembleia da República, o que, segundo ele, coloca em risco a qualidade da democracia.
Durante uma conferência de imprensa, Eurico Brilhante Dias destacou que o seu partido, juntamente com o Chega e a Iniciativa Liberal (IL), tinha solicitado uma audição urgente da ministra da Saúde devido à "confusão" que, segundo ele, impera no setor da saúde em Portugal. Esta audição foi aprovada a 2 de julho.
"Uma data inicial foi proposta para a próxima semana, mas o PSD voltou atrás", sublinhou, referindo que o PS tentou garantir que a audição fosse realizada até ao final do mês. No entanto, durante a reunião de líderes, o PSD retirou o consenso previamente alcançado.
O líder parlamentar do PS criticou a situação da saúde em Portugal, mencionando a disparidade entre as declarações da ministra e do ministro da Defesa, o que gera ainda mais incerteza. "Esta situação impede o parlamento de exercer a sua função de fiscalização", afirmou.
Dias acrescentou que este não é um incidente isolado, recordando que o ministro da Economia também teve a sua audição adiada, apesar de já ter sido aprovada. "O Governo parece demonstrar um padrão de desrespeito pelo parlamento, sobretudo em questões cruciais como a lei dos estrangeiros e na negação de audições a ministros", concluiu.
Foi questionado sobre a possibilidade de estender o período de sessões parlamentares, e o líder do PS indicou que isso poderia ser feito se existisse consenso, que inicialmente esteve presente. "Contudo, a AD recuou e parece que o Governo está a tentar encobrir a ministra da Saúde", insistiu.
Em 2 de julho, a comissão de Saúde tinha dado luz verde à audição da ministra, especificamente sobre as questões relacionadas com o INEM e a faturação excessiva em dermatologia no Hospital Santa Maria. As audições urgentes foram demandadas pelo PS, Chega e IL.