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Pulseira revolucionária para detectar drogas em bebidas promete segurança em eventos

Investigadores ibéricos criaram uma pulseira que detecta rapidamente drogas de violação em bebidas, visando aumentar a segurança em festivais, discotecas e outros eventos.

há 4 horas
Pulseira revolucionária para detectar drogas em bebidas promete segurança em eventos

Uma colaboração entre investigadores de Portugal e Espanha resultou numa pulseira inovadora capaz de identificar, em questão de segundos, a presença de drogas usadas em ataques de submissão química em bebidas. Este dispositivo destina-se a ser um sistema preventivo, ideal para ser utilizado em festivais, concertos ou discotecas, promovendo assim um ambiente mais seguro.

“A pulseira pode ser uma ferramenta de proteção, transformando eventos em locais mais seguros, permitindo que o público se defenda de possíveis ameaças”, afirmou Carlos Lodeiro Espiño, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCT), em declarações à Lusa.

A pulseira já está disponível para venda em Espanha e pode ser adquirida em Portugal através da startup Nanoarts. Além disso, os investigadores pretendem que este produto esteja acessível por intermédio de organizadores de eventos e entidades públicas, como as câmaras municipais.

O dispositivo consiste num sensor embutido numa pulseira de papel que reage a três tipos de drogas conhecidas como 'drogas da violação': GHB, burundanga e catinonas. A GHB, que é a substância mais frequentemente utilizada em casos de submissão química, torna-se indetetável algumas horas após a ingestão, justificando a criação de uma ferramenta rápida para verificar a sua presença.

“O tempo de resposta é imediato, funcionando tanto como um método preventivo quanto dissuasor”, explicou Carlos Lodeiro Espiño, que alertou para os perigos da GHB, uma droga que, no passado, foi utilizada como anestésico e que provoca a perda de capacidade de reação e episódios de amnésia.

A nova pulseira permite que uma pessoa teste a sua bebida, simplesmente tocando uma palhinha na superfície da pulseira e observando uma possível mudança de cor para verde, o que indica a presença destas substâncias. Para uma mulher com 60 quilos, apenas dois a três gramas de droga são suficientes para provocar a submissão química, sublinhou o investigador.

Os investigadores mencionaram a experiência positiva na comunidade autónoma de Valência, onde se registou uma redução significativa de casos de violação, pelo menos a metade, o que demonstra a eficácia de medidas preventivas.

O projeto, em parceria com a Universidade de Valência e a empresa Celentis, já resultou numa patente conjunta e em publicações científicas. Atualmente, a equipa está a desenvolver um sistema que permitirá que a pulseira sirva como prova forense em casos de crimes. Estão em diálogo com autoridades para assegurar o reconhecimento legal do dispositivo, assim como com municípios e entidades promotoras para sua integração em campanhas de sensibilização.

“Queremos garantir que os resultados dos testes sejam irrevogáveis, permitindo sua utilização em processos judiciais”, acrescentou o investigador. “O nosso objetivo é proporcionar uma ferramenta acessível, simples e eficaz na prevenção de crimes de abuso sexual, principalmente em contextos onde as pessoas estão mais vulneráveis, como em discotecas ou festivais.”.

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