Reino Unido e Alemanha mantêm hesitação sobre reconhecimento da Palestina

Em resposta ao anúncio do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o reconhecimento da Palestina, o Reino Unido e a Alemanha informaram que ainda é prematuro reconhecer o Estado palestiniano. Londres argumenta que a prioridade deve ser a resolução da grave crise humanitária na Faixa de Gaza, onde a situação se deteriora rapidamente.

Peter Kyle, secretário de Estado britânico, sublinhou que, apesar de o compromisso do Reino Unido em reconhecer a Palestina ser claro, o foco deve estar na emergência humanitária. Ele afirmou: "Faremos tudo o que pudermos para criar as condições para a negociação de um Estado palestiniano sustentável e garantir a segurança necessária."

Além disso, 125 deputados dos partidos conservador e trabalhista exigiram que o primeiro-ministro Keir Starmer tome uma posição e reconheça a Palestina, destacando a importância histórica do Reino Unido na região.

Enquanto isso, em Berlim, o governo alemão reiterou que não vê a possibilidade de reconhecimento da Palestina a curto prazo, considerando-o uma etapa final no processo de paz entre os dois Estados. A segurança de Israel permanece uma prioridade para a Alemanha.

As reações em Israel à iniciativa de Macron foram rapidamente negativas, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a afirmar que um Estado palestiniano nas atuais condições poderia representar uma ameaça à segurança do seu país.

Atualmente, 148 Estados já reconhecem a Palestina, o que representa três quartos dos membros da ONU. A oposição a este reconhecimento por parte de Israel e dos Estados Unidos é significativa.

O anúncio de Macron de que formalizará o reconhecimento na Assembleia Geral da ONU em setembro, aponta para uma nova fase no debate sobre a Palestina.