Resultados dos exames do 9.º ano continuam em suspenso
Os alunos do 9.º ano ainda aguardam as notas das provas de Matemática e Português, com a data da 2.ª fase a aproximar-se, alerta a Associação Nacional de Dirigentes Escolares.

Ainda não foram divulgadas as notas dos exames de Matemática e Português aos alunos do 9.º ano, conforme revela a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). A situação persiste a menos de 48 horas do início da 2.ª fase de exames, prevista para esta sexta-feira.
Às 11h45, as escolas permanecem à espera dos resultados das provas, que deviam ter sido comunicados na terça-feira passada. O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) justifica o atraso com "dificuldades técnicas" na correção de provas realizadas em formato digital, prometendo que os alunos terão acesso às notas ainda hoje.
Manuel Pereira, presidente da ANDE, expressou a sua preocupação: “O prazo para inscrições na 2.ª fase está quase a expirar e os resultados não chegaram às instituições.” Na sua escola, o Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, cerca de 100 alunos realizaram os exames, e os docentes necessitarão de cerca de duas horas para afixar as pautas após receberem os resultados.
A nota dos exames conta para 30% da nota final, podendo causar retenções, dado que os alunos não podem passar para o 10.º ano com negativas nas duas disciplinas. Em caso de reprovação, eles têm ainda a opção de se inscrever na 2.ª fase, mas o prazo é iminente, uma vez que os novos exames são já na sexta-feira e na próxima terça-feira, para Matemática.
As famílias de todo o país continuam a aguardar notícias. Uma professora de uma escola em Loures revelou à Lusa que estavam à espera das notas "desde cedo", mas ainda não havia recebido informações do ministério.
A situação é ainda mais complicada por outra problemática reportada em 15 escolas, onde encarregados de educação e instituições apontaram falhas durante a prova de Matemática. O Júri Nacional de Exames concede agora aos encarregados a opção de validar a prova realizada sem conhecimento da classificação ou anular a prova da 1.ª fase, podendo realizar a 2.ª fase como se fosse a primeira. O ministério, no entanto, não detalhou quantos alunos estão nesta situação, nem quais escolas foram afetadas.
Manuel Pereira criticou a falta de comunicação clara sobre os incidentes, afirmando que isso "descredibiliza o sistema e o processo", uma vez que a confiança do público nos exames pode estar em risco. “Quando não há explicações, surgem suposições. A transparência é essencial em educação. Sem ela, todos perdem”, concluiu.