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Seis abutres-pretos reintegrados no Parque do Douro após incêndio devastador

Seis abutres-pretos, resgatados durante um incêndio, foram libertados no Parque do Douro após recuperação. A ação destaca os esforços de conservação da espécie ameaçada.

Um total de seis abutres-pretos (Aegypius monachus) realizou a sua reintegração à natureza no Parque do Douro Internacional, após um processo de recuperação num centro de aclimatação. Estes exemplares foram resgatados durante o incêndio que deflagrou a 15 de agosto em Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta.

Os abutres, que chegaram ao centro em março, pertencem a uma pequena colónia que estava a ser estabelecida na região. Após os danos causados pelo fogo, que devastou áreas ricas em biodiversidade e cultura agrícola, foram temporariamente transferidos para o Centro de Interpretação Ambiental (CIARA) do Baixo Sabor, para uma melhor adaptação ao seu ambiente.

Iván Gutierez, biólogo da Associação Ambiental Palombar, referiu que estes abutres foram recuperados em diversos centros de Portugal, após terem sido encontrados em dificuldades e mal nutridos em várias regiões, incluindo Évora, Lisboa e Faro.

O incêndio que assolou a área do Douro Internacional provocou significativas perdas ambientais, com pelo menos duas crias de abutre-preto a perderem a vida, e a destruição de vários ninhos e estruturas de conservação. A situação exigiu a implementação de um plano de emergência e a necessidade de reavivar esforços de conservação para esta espécie em risco de extinção.

José Pereira, presidente da Palombar, destacou que o incêndio teve um impacto negativo na colónia de abutres-pretos, que contava com apenas oito casais reprodutores antes do incidente. Além disso, um levantamento preliminar indicou que os danos causados pelo incêndio eram estimados em cerca de 30 mil euros, provocando uma campanha de angariação de fundos para mitigar os efeitos sobre a avifauna local.

O projeto ibérico LIFE Aegypius Return visa garantir a conservação do abutre-preto em Portugal, através da proteção do habitat e da melhoria da disponibilidade alimentar, além de reduzir as ameaças que afetam esta espécie rara na Europa.

Até 24 de agosto, as estatísticas indicavam que as chamas consumiram 11.697 hectares na área afetada, trazendo preocupações sobre a biodiversidade da região.

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