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Taiwan realiza exercícios militares sem precedentes em resposta a tensões com a China

Taiwan deu início a exercícios militares anuais recorde, focando-se na defesa contra potenciais invasões da China, enquanto as tensões na região aumentam.

há 11 horas
Taiwan realiza exercícios militares sem precedentes em resposta a tensões com a China

Taiwan deu início, esta manhã, aos seus mais robustos exercícios militares anuais até hoje, com a intenção de demonstrar a sua preparação para uma possível invasão proveniente da China. Estes exercícios, conhecidos como Han Kuang, durarão dez dias e incluem táticas que pretendem desgastar a resistência territorial sem gerar um conflito aberto.

A edição deste ano é a mais longa já realizada e envolve fogo real, bem como a incorporação de novos equipamentos militares, como tanques e drones aquáticos, numa altura em que as tensões na região se intensificam devido ao constante assédio militar da China, especificamente do Exército de Libertação Popular (ELP).

A China continua a reivindicar Taiwan como parte do seu território e não descarta o uso da força para a sua reunificação. Enquanto isso, a maioria dos habitantes de Taiwan apoia, de maneira efetiva, a independência ou a plena autonomia.

De acordo com o Ministério da Defesa de Taipé, os exercícios iniciaram-se com simulações de resposta a ações por parte de barcos da Guarda Costeira e de milícias marítimas chinesas que frequentemente assediam as embarcações da ilha nas proximidades de ilhas adjacentes à costa continental chinesa.

Um dos cenários em treino inclui a possibilidade de uma invasão disfarçada de assédio marítimo, com foco na fortificação de portos e pontos de desembarque em ilhas que se encontram a cerca de 160 quilómetros da costa da China.

A fase seguinte das manobras concentrar-se-á em táticas antidesembarque, envolvendo forças regulares de todas as divisões das Forças Armadas, apoiadas por um contingente de 22 mil reservistas.

O Ministério da Defesa enfatizou que as atividades ocorrerão 24 horas por dia, sob condições realistas, para dar uma resposta a críticas anteriores que consideravam os exercícios como meras exibições.

Entre os armamentos a serem utilizados estão os tanques Abrams M1A2T e os sistemas de foguetes HIMARS, fornecidos pelos Estados Unidos, o principal parceiro de defesa de Taiwan na ausência de relações diplomáticas formais, que são inviabilizadas pela pressão de Pequim.

As autoridades de Taiwan pediram à população para estar ciente de possíveis interrupções no tráfego aéreo e rodoviário, além de alertarem sobre a possível disseminação de desinformação relativa aos exercícios.

A resposta da China ao anúncio das manobras foi incisiva. O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bing, considerou que os exercícios Han Kuang são uma "encenação enganadora" promovida pelas autoridades taiwanesas que visam incitar o separatismo e os interesses políticos de um partido.

Jiang insistiu que, independentemente do desempenho ou dos equipamentos empregados, as forças armadas de Taiwan não conseguirão contrariar a determinação do ELP pela reunificação.

Reporta-se, também, que Pequim terá tentado perturbar os preparativos para os exercícios, com aviões e embarcações chinesas realizando operações de assédio aéreo e marítimo. As forças armadas de Taiwan responderam com medidas de reconhecimento e vigilância, mobilizando aeronaves e sistemas de mísseis.

Além disso, a China anunciou recentemente restrições de exportação sobre várias empresas ligadas à defesa de Taiwan, proibindo a venda de produtos de uso dual a estas entidades. O Ministério do Comércio chinês declarou que esta medida é direcionada à Aerospace Industrial Development Corporation, à Jingwei Aerospace Technology Co. e à CSBC Corporation, o maior estaleiro naval da ilha.

Apesar das medidas chinesas, Taipé desvalorizou as sanções, assegurando que a sua indústria de defesa já afastou componentes chineses da sua cadeia de fornecimento.

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