Política

"Tavares: PSD subjugado às manobras do Chega"

O porta-voz do Livre afirma que o PSD cedeu à lógica do Chega, criticando a falta de compromisso com o 'não é não' e a relação de dependência entre os dois partidos.

há 4 horas
"Tavares: PSD subjugado às manobras do Chega"

Rui Tavares, co-porta-voz do Livre, criticou hoje a postura do PSD, afirmando que o partido se encontra “subjugado à lógica e estratégias do Chega”. Tavares reagiu às declarações do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que afirmou que o lema “não é não” ao Chega ainda se mantém, considerando que a situação é risível para os portugueses que testemunham o momento político actual.

Durante uma reunião com cidadãos na sede do Livre em Lisboa, Tavares explicou que o compromisso do PSD com o “não é não” era uma promessa moral, destinada a evitar que a política portuguesa fosse contaminada por práticas de baixo nível que o Chega representa. Segundo o porta-voz, os sociais-democratas deveriam actuar como um dique às políticas de André Ventura, mas, segundo ele, "o PSD não só tem falhado como está a facilitar a ascensão do Chega ao transformar o ambiente político".

O dirigente do Livre sustentou que existe uma clara coligação pós-eleitoral entre PSD e Chega, ilustrada pelas palavras de Soares no parlamento. Para Tavares, o PSD aparece como o “parceiro júnior”, onde Venturo dita a agenda, em detrimento da liderança de Luís Montenegro.

Hugo Soares, por sua vez, rejeitou qualquer acusação de que o compromisso do PSD com o “não é não” tenha sido alterado, esclarecendo que esse lema apenas se aplica a coligações pré-eleitorais ou acordos formais após as eleições. Durante uma intervenção em Évora, lamentou que alguns comentadores o tivessem chamado de “coveiro do não é não” por causa de interacções parlamentares com o Chega, especialmente em questões de imigração.

Relativamente à queixa apresentada pelo Livre sobre as declarações de deputados do Chega a respeito de crianças imigrantes, Tavares expressou a esperança de que esses deputados sejam responsabilizados, sublinhando que não todos os partidos consideram esses comentários aceitáveis.

O porta-voz do Livre considerou também importante discutir punições para intervenções parlamentares, embora reconheça que a actual configuração da Assembleia não é propensa a essas mudanças, e criticou Soares por apresentar um vídeo truncado que falseou o apoio do Livre a ocupações de casas, quando, na verdade, o tema era o direito de propriedade.

Finalmente, em relação ao diálogo entre o PS e o Governo em matéria de defesa, Tavares afirmou que o executivo dialoga com os socialistas apenas por questões protocolares e expressou orgulho por não ser convocado para essas conversas, as quais considera sem boa fé.

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