Taxas de 53,6% dos EUA sobre produtos chineses: apelo à cooperação

Na sua recente conferência de imprensa em Pequim, o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, revelou que os EUA estão a aplicar uma taxa de 53,6% sobre produtos provenientes da China. Este valor, segundo Wang, é constituído por uma tarifa base de 10%, a qual é acrescida de 20% devido à produção de precursores químicos usados na síntese do fentanil, e ainda 23,6% resultantes de tarifas anteriormente existentes.

Wang salientou que as relações comerciais entre as duas potências têm sido instáveis, mas enfatizou que tanto a China como os EUA se configuram como "parceiros económicos importantes". O ministro apelou à necessidade de diálogo, afirmando que "a cooperação é o único caminho certo", destacando que as divergências são naturais, mas o diálogo é a solução mais eficaz.

Desde 2018, ano marcado pelo início da guerra comercial sob a presidência de Donald Trump, os EUA são acusados de terem adotado práticas de "unilateralismo e protecionismo", que deterioraram a cooperação económica entre os dois países. Wang mencionou que as tarifas e outras sanções corporativas tiveram um impacto negativo, interferindo no comércio habitual.

Por outro lado, o ministro destacou que as trocas comerciais entre os dois países observaram um aumento significativo, com um crescimento de 18% nas exportações de bens e de 34,7% nos serviços entre 2017 e 2024. Essas métricas, segundo Wang, reforçam a saúde das relações económicas bilaterais e a inviabilidade de um "desacoplamento artificial".

Além disso, muitas das exportações da China para os EUA estão a perder importância, passando de 17,4% do total em 2020 para 14,7% em 2024. Mesmo com uma redução de 9,9% nas vendas para o mercado norte-americano na primeira metade deste ano, o total das exportações chinesas cresceu 7,2% no mesmo período, evidenciando a resiliência da economia do país.