Trump provoca incerteza sobre o futuro de Jerome Powell à frente da Reserva Federal

Durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, Donald Trump fez comentários ambíguos sobre a permanência de Jerome Powell no cargo de presidente da Reserva Federal (Fed). Inicialmente, Trump insinuou que Powell estava a realizar "um mau trabalho" e que o despedimento poderia ser uma possibilidade a considerar, mas rapidamente se retratou, sublinhando que tal situação era "muito improvável".

Estas declarações podem ser vistas como uma mudança de posição do presidente, que anteriormente afirmara que os custos associados à renovação dos edifícios da Fed em Washington poderiam legitimar o despedimento de Powell. A reabilitação dos edifícios já envolveu um investimento de 2,5 mil milhões de dólares (aproximadamente dois mil milhões de euros), que Trump denunciou como um desperdício de recursos públicos.

"Isso é motivo para justificar o despedimento? Acho que pode ser", reconheceu Trump, referindo-se às despesas da Fed.

Na noite de terça-feira, Trump teve uma reunião com congressistas republicanos para discutir a situação de Powell. Ao longo dos últimos meses, o presidente tem criticado abertamente o líder da Fed, atribuindo-lhe o epíteto "Powell Tarde Demais", devido à sua hesitação em reduzir as taxas de juro.

"Acho que é um dos trabalhos mais fáceis no governo. (...) Faz-se uma declaração sobre o estado da economia e se vai aumentar ou diminuir as taxas de juro. É provavelmente o trabalho mais fácil que já vi", comentou Trump, referindo-se ao papel de Powell.

Na terça-feira, Trump também manifestou a sua expectativa de que a Fed reduzisse as suas taxas diretivas, atualmente fixadas entre 4,25% e 4,50%, em três pontos percentuais. A Fed manteve as taxas inalteradas desde o início do ano, num contexto marcado pela inflação persistente, que tem contribuído para a desvalorização do dólar.