Ventura reafirma intenção de divulgar nomes de crianças imigrantes na Assembleia da República
O líder do Chega, André Ventura, defende a pertinência da divulgação de nomes de crianças imigrantes e critica a gestão da Justiça e a exclusão de cidadãos em situação de desemprego.

André Ventura, presidente do Chega, declarou nesta quarta-feira que, caso fosse questionado sobre a divulgação de nomes de crianças imigrantes na Assembleia da República, "voltaria" a fazê-lo. A afirmação foi feita em entrevista à CNN Portugal, na qual Ventura foi interrogado sobre a necessidade de tal ação e sobre as críticas que o partido recebeu.
“Assumo a mesma posição que a deputada Rita Matias. A divulgação chamou a atenção para um problema relevante, que é a multietnicidade nas escolas, que não é por si só negativa, mas que já atingiu proporções alarmantes”, salientou Ventura, enfatizando que a lista era pública.
O líder do Chega abordou ainda as "centenas de denúncias" que recebe, incluindo queixas de professores e pais sobre a prioridade de acesso às escolas. "Os pais que mudam de residência têm dificuldade em inscrever os filhos, enquanto quem vem de fora tem acesso garantido", criticou, acrescentando que é este o feedback que recebe.
“Não há dúvida de que devemos incluir aqueles que vêm de fora, com certeza. Mas não posso aceitar que alguém que chega ao país tenha prioridade em creches em relação aos que já cá estão”, afirmou.
Ventura também se questionou sobre o acesso das crianças de famílias desempregadas às creches, defendendo que deveria haver prioridade para os que trabalham e necessitam de apoio para cuidar dos filhos. “Estamos a criar uma mentalidade de compaixão exagerada”, expressou.
No decorrer da entrevista, o líder da oposição comentou ainda a situação da Justiça em Portugal, que recentemente foi marcada pela fuga de dois reclusos do Estabelecimento Prisional de Alcoentre, prontamente recapturados. A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, mencionou que apenas 17 guardas prisionais estavam a vigiar cerca de 400 reclusos na altura da fuga e que 30 guardas estavam de baixa médica.
“O sistema prisional está a desmoronar. Neste contexto, não são os guardas que vigiam os reclusos, mas sim os reclusos que vigiam os guardas. Há informações de festas nas celas, uso de drogas e telemóveis, mas as autoridades são escassas para intervir”, destacou.
Ventura criticou a falta de reformas significativas e apelou à necessidade de uma avaliação mais profunda das instalações prisionais, mencionando a sua perceção de incompetência na liderança da ministra.