Wall Street encerra sessão em ligeira queda após novas ameaças tarifárias de Trump
A bolsa de Nova Iorque registou hoje uma leve descida, ainda sob o efeito das recentes declarações do Presidente Trump sobre tarifas, sem grandes reações dos investidores.

A bolsa nova-iorquina teve um fecho em baixa na sessão de hoje, refletindo a pressão exercida pelas declarações do Presidente Donald Trump sobre a imposição de novas tarifas comerciais. O índice Dow Jones Industrial Average viu-se a perder 0,37%, enquanto o Nasdaq apresentou um leve aumento de 0,03% e o S&P 500 teve uma queda marginal de 0,07%.
José Torres, representante da Interactive Brokers, comentou que "a escalada das tensões comerciais está a reduzir o apetite pelo risco em Wall Street". As mais recentes ameaças de Trump incluem sobretaxas a diversos países, entre os quais se destacam o Japão e a Coreia do Sul, marcando um novo capítulo na sua abordagem ao comércio internacional.
De acordo com as informações disponíveis, catorze países já foram informados sobre as taxas que vão variar entre +25% (como é o caso do Japão, Coreia do Sul e Tunísia) até +40% (como no Laos e Myanmar). Além disso, Trump anunciou que pretende implementar tarifas sobre produtos farmacêuticos importados e cobre.
A incerteza continua a pairar sobre o mercado, que se encontra "à espera de ver" e cauteloso em não "reagir de forma exagerada", como destacou Victoria Fernandez, da Crossmark Global Investments, à agência France-Presse (AFP). Segundo a analista, os investidores "compreendem melhor o estilo de negociação de Donald Trump" e preferem aguardar por detalhes adicionais antes de tomarem decisões.
O prazo para chegar a um entendimento sobre as tarifações foi oficialmente adiado para 01 de agosto, anteriormente previsto para 09 de julho. Os investidores também aguardam a publicação da ata da reunião de junho do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), que terá lugar na quarta-feira. "O mercado estará atento às posições dos membros sobre o corte das taxas de juro", apontou Fernandez.
A maioria dos analistas prevê que o banco central dos EUA, a Fed, mantenha as taxas inalteradas na sua próxima reunião em julho, mas espera-se que haja uma redução na reunião seguinte, agendada para setembro.
No mercado obrigacionista, o rendimento do título a dez anos subiu para 4,40%, face aos 4,38% do dia anterior. No setor das ações, a Boeing viu os seus títulos descerem 0,05%, fixando-se em 218,52 dólares, apesar de ter anunciado a entrega de 150 aviões comerciais no segundo trimestre, um recorde em sete anos.
Por sua vez, a Tesla conseguiu recuperar 1,32% das suas ações, estabelecendo-se em 297,81 dólares, após uma queda anterior, movimento que surgiua após o lançamento de um novo partido político por Elon Musk, CEO da empresa e ex-aliado de Trump.
As ações do setor farmacêutico, como a Pfizer (+1,51%), Eli Lilly (+0,62%) e Novo Nordisk (+0,46%), acabaram por mostrar sinais de recuperação após a desvalorização provocada pelas ameaças tarifárias de Trump. No entanto, as ações de empresas de energia solar desvalorizam-se fortemente, após a assinatura de uma ordem executiva de Trump que cancelou subsídios para energias renováveis. A Sunrun perdeu 11,43%, a First Solar caiu 6,54% e a Enphase Energy registou uma descida de 3,58%.