Wall Street termina em queda mista sob influência das tensões comerciais

A sessão de hoje na bolsa nova-iorquina terminou com tendências contraditórias, refletindo um ambiente de incerteza entre os investidores. O índice tecnológico Nasdaq teve um desempenho positivo, subindo 0,18% e alcançando um novo máximo, enquanto o Dow Jones Industrial Average caiu 0,98% e o S&P 500 registou uma descida de 0,40%.

José Torres, da Interactive Brokers, comentou que o recuo nas ações se deveu às novas preocupações relacionadas com as taxas alfandegárias. Na terça-feira, Donald Trump anunciou um acordo com a Indonésia, permitindo que o país do sudeste asiático evite tarifas superiores a 10% sobre as suas exportações para os EUA. No entanto, Trump tinha anteriormente referido a intenção de concluir vários acordos comerciais antes de 1 de agosto, mas até agora apenas três foram confirmados, com o Reino Unido, Vietname e Indonésia, embora houvesse a expectativa de até 40 acordos.

Art Hogan, da B. Riley Wealth Management, referiu que as recentes mudanças nas políticas comerciais de Trump têm gerado um ambiente de grande confusão. “Os investidores estão desconfortáveis com as iniciativas comerciais, com uma predominância de notícias negativas nos últimos tempos,” acrescentou.

A inflação também foi um tema de destaque, com o índice de preços ao consumidor a registar um aumento homólogo de 2,7% em junho, superando os 2,4% de maio. Apesar de estar dentro das expectativas dos analistas, este representa o segundo mês consecutivo de subida e contrasta com a tendência anterior que se aproximava da meta de 2% do banco central.

Os analistas da Briefing.com notaram que, embora o relatório seja melhor do que o esperado, as preocupações com as tarifas aduaneiras e o seu impacto na inflação permanecem, o que levou a uma diminuição significativa nas expectativas de cortes nas taxas de juro por parte da Reserva Federal. A percepção de uma possível descida da taxa de juro na reunião de setembro mudou para uma expectativa de manutenção dos níveis atuais.

No campo das ações, a Nvidia destacou-se positivamente, com uma valorização de 4,04% após o anúncio de que voltaria a exportar chips eletrónicos avançados para a inteligência artificial na China. A empresa já tinha alcançado uma capitalização bolsista superior a quatro biliões de dólares, e as expectativas são de que o anúncio aumente ainda mais o seu valor de mercado, segundo os analistas.