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A Necessidade de uma Estratégia Clara contra a Desinformação na RTP

Deolinda Machado, presidente do Conselho de Opinião da RTP, defende a criação de uma estratégia robusta para combater a desinformação e promover a literacia mediática.

14/08/2025 06:15
A Necessidade de uma Estratégia Clara contra a Desinformação na RTP

A presidente do Conselho de Opinião da RTP, Deolinda Machado, expressou em entrevista à Lusa a necessidade urgente de implementar uma estratégia eficaz para o combate à desinformação dentro do grupo de rádio e televisão pública.

"O que defendemos no nosso parecer, que é público, é que esta luta contra a desinformação deve ser uma prioridade clara da empresa, focando na criação de programas específicos para este propósito", destaca Machado.

De acordo com a responsável, o assunto não deve ser tratado de forma superficial, apenas para demonstrar que se abordou a questão. Por sua vez, salienta que a desinformação é um problema sério que confunde o público, e cabe ao serviço público a responsabilidade de esclarecer sobre as notícias falsas e ensinar como identificar fontes de informação fidedignas.

"Não se trata apenas de não repetir mensagens, mas também de investigar sempre a veracidade do que é divulgado", acrescenta.

A presidente do Conselho de Opinião, cujo mandato chegou ao fim, afirma que é fundamental pensar em programas que ajudem a promover a literacia mediática, dado que a aprendizagem deve ser uma constante, começando nas escolas, mas também se estendendo a outros contextos.

Relativamente ao impacto da inteligência artificial (IA), Deolinda Machado considera que ainda estamos numa fase inicial de compreensão das suas capacidades. "Não temos uma visão clara do que a IA pode realmente oferecer, mas é importante reconhecê-la como uma ferramenta potencialmente valiosa", comenta, destacando que o sucesso depende da forma como é utilizada.

Machado compara a situação atual da IA com a evolução da máquina de escrever, que embora tenha sido útil, foi superada por novas tecnologias. "É fundamental entender o objetivo por trás do uso das novas ferramentas. Estão elas ao serviço da população e a promover uma informação clara e verdadeira?", questiona.

Além disso, ela enfatiza que é necessário dedicar mais atenção à filosofia para formular melhores perguntas, já que estas são essenciais para a obtenção de respostas adequadas.

Por fim, conclui que "ainda temos muito a aprender", mas reconhece que a inteligência artificial pode ser benéfica, contanto que saibamos como utilizá-la da melhor forma possível.

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