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A Situação em Gaza: Israel Justifica Ações com Direito Internacional

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, defende que o país atua conforme o direito internacional, enquanto a fome afeta milhões em Gaza. ONG's denunciam efeitos devastadores do cerco.

23/07/2025 18:30
A Situação em Gaza: Israel Justifica Ações com Direito Internacional

O Presidente israelita, Isaac Herzog, visitou Gaza pela primeira vez desde o início do conflito e reafirmou que Israel age em conformidade com o direito internacional. Durante a sua intervenção perante um batalhão de reservistas, Herzog declarou: "Estamos a agir aqui em conformidade com o direito internacional. Estamos a fornecer ajuda humanitária em conformidade com o direito internacional. Aqueles que tentam sabotar essa ajuda são o Hamas e os seus apoiantes", conforme indicado no comunicado do gabinete presidencial.

Contudo, mais de 100 organizações internacionais e palestinianas denunciam a grave crise alimentar que atinge 2,1 milhões de pessoas em Gaza, criticando a gestão da ajuda humanitária que é controlada por Israel e pelos Estados Unidos através da Fundação Humanitária para Gaza (GHF, na sigla inglesa).

Um conjunto de 111 ONG, incluindo os Médicos Sem Fronteiras (MSF), a Save the Children e a Oxfam, alertou sobre a propagação da fome na região, apontando que até os trabalhadores humanitários se encontram em graves dificuldades. "Enquanto o cerco imposto pelo Governo israelita condena a população de Gaza à fome, os trabalhadores humanitários juntam-se às filas para receber alimentos, arriscando-se a ser baleados apenas para conseguirem alimentar as suas famílias", lamentaram as ONG.

Em resposta, o Governo israelita acusou as organizações de servirem de propaganda ao Hamas e afirmou que cerca de 4.500 camiões de ajuda já entraram no território, responsabilizando a ONU pelo atraso de outros 700 camiões que estão parados na fronteira.

No entanto, é Israel que atualmente controla estritamente as entradas de alimentos em Gaza, permitindo, de forma limitada, a distribuição de ajuda em alguns locais militarizados, numa tentativa de evitar que o Hamas beneficie da assistência humanitária.

Nos últimos dias, multiplicaram-se relatos e imagens que documentam a grave situação em Gaza, com crianças a apresentarem sinais de subnutrição. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, sob o controlo do Hamas, 101 mortes de subnutrição foram confirmadas desde o início da guerra, incluindo 80 crianças. A mesma fonte informou que pelo menos 46 crianças morreram de fome e desnutrição desde julho.

A guerra em Gaza teve início após os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 vítimas e centenas de reféns. A retaliação israelita causou mais de 59 mil mortes, destruiu praticamente toda a infraestrutura de Gaza e forçou a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

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