Bloco de Esquerda apoia inquérito parlamentar sobre o INEM proposto pela Iniciativa Liberal
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, manifestou apoio à proposta da IL para investigar a situação do INEM, criticando a necessidade de tal ação no parlamento e as prioridades do Governo.

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, declarou hoje que o seu partido irá votar a favor da proposta da Iniciativa Liberal para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o INEM. Mortágua sublinhou a importância desta investigação para esclarecer o que caracterizou como uma "sucessão de incompetências" partilhadas por vários serviços, todos sob a responsabilidade da ministra da Saúde.
A deputada do BE manifestou, contudo, o seu desagrado por ser necessário recorrer a uma comissão de inquérito para avaliar o funcionamento de um serviço de emergência médica, que deveria estar plenamente equipado para responder às suas funções. "É preocupante discutirmos o aumento da despesa militar para armamento desnecessário, enquanto não dispomos de helicópteros para emergências médicas. Esta realidade evidencia as prioridades erradas do Governo", acrescentou.
O líder parlamentar do PSD anunciou hoje que o partido se irá abster na votação da proposta da IL, o que permitirá a sua aprovação. Na semana passada, o partido Chega já tinha manifestado intenções de apoiar a iniciativa, assim como o PCP nesta data, totalizando 72 votos a favor. Com a abstenção do PSD, mesmo que os restantes partidos, incluindo o PS, se pronunciassem contra, a aprovação do inquérito já está assegurada.
Além disso, Mortágua também abordou a proposta do BE relativa à divulgação de informações sobre o crime de violação, que será debatida na próxima quinta-feira. A líder do BE sugeriu que esta proposta possa ser enviada para especialidade sem votação, de modo a facilitar um consenso em comissão.
Mortágua reiterou a sua crítica às propostas do PSD e do CDS-PP, que visam remover o conceito de violência obstétrica da legislação, afirmando que tal questão é de natureza política e contraria práticas de organismo internacionais como as Nações Unidas e o Parlamento Europeu.