Economia

Cahora Bassa em busca de alianças para expandir a produção solar

A hidroelétrica de Cahora Bassa, em Moçambique, inicia a procura de parceiros para desenvolver uma nova central fotovoltaica e a Central Norte, projetos considerados cruciais para o futuro da empresa.

há 7 horas
Cahora Bassa em busca de alianças para expandir a produção solar

A Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), situada no coração de Moçambique, está a lançar um apelo à procura de "parceiros estratégicos" para a implementação de novos projetos, nomeadamente uma central solar e a Central Norte, consideradas fundamentais para a evolução da empresa.

A informação foi divulgada no relatório e contas de 2024 da HCB, onde a administração reafirma o seu compromisso com a modernização, diversificação e expansão das suas operações, após a conclusão de uma análise estratégica que guiará a empresa nas suas decisões futuras.

"Serão realizados concursos públicos para encontrar parceiros estratégicos para o co-desenvolvimento da central fotovoltaica de 400 MWac e da Central Norte de Cahora Bassa. Esta é uma parte essencial da diversificação e expansão do nosso negócio", avançou a empresa.

A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, controlada em 85% pela Companhia Elétrica do Zambeze, com 7,5% pertencendo à portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN). Os restantes 4% estão distribuídos entre cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.

Localizada na província de Tete, a barragem de Cahora Bassa, construída durante a era colonial portuguesa, é uma das maiores de África, com uma albufeira que se estende por 270 quilómetros. Desde o início da sua operação comercial em 1977, a barragem já produziu um total de 15.753,52 GigaWatt-hora (GWh) em 2024, refletindo um lucro histórico de 14,1 mil milhões de meticais (equivalente a 195,7 milhões de euros).

O presidente do conselho de administração, Tomás Matola, destacou que o principal desafio do setor energético em Moçambique é atender o crescimento da procura interna, impulsionado pela industrialização do país e pela demanda regional, agravada pela crise de energia na África do Sul. "Isto representa uma oportunidade para Cahora Bassa continuar a crescer e diversificar", frisou.

Entre os projetos em destaque está a Central Norte, atualmente em fase de estudos e que poderia iniciar a construção dentro de dois anos. Para garantir o financiamento desta iniciativa, a HCB propõe abrir 40% do capital, mantendo os restantes 60% sob gestão da empresa e planejando utilizar recursos próprios, além de recorrer ao endividamento.

Outro projeto em perspetiva é a nova central de energia solar, que inicialmente terá uma capacidade de 400 megawatts. Este projeto está na fase de "pré-estudo" e espera-se que melhore a capacidade existente, incluindo a participação de operadores privados. Neste caso, a HCB pode manter entre 5% a 10% do capital.

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