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Crise no Japão: Primeiro-ministro Ishiba perde maioria na câmara alta

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, falhou na obtenção da maioria na câmara alta do parlamento nas recentes eleições, gerando um futuro político incerto.

20/07/2025 23:45
Crise no Japão: Primeiro-ministro Ishiba perde maioria na câmara alta

A coligação do primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, não atingiu a meta de conquistar a maioria na câmara alta do parlamento japonês durante as eleições realizadas hoje, conforme revelaram as projeções da emissora pública NHK.

Faltando ainda a apuração completa dos resultados, a NHK indicou que o Partido Liberal Democrata (LDP) e o seu parceiro de coligação, Komeito, alcançaram apenas 46 dos 50 lugares almejados para garantir a maioria, juntando-se assim aos 75 parlamentares que já possuíam.

Estas eleições representaram um novo desafio para Ishiba, que atualmente governa em minoria após a perda de controle da câmara baixa do parlamento nas eleições gerais antecipadas de outubro de 2024.

O cenário político poderá complicar-se, visto que todos os partidos da oposição rejeitam qualquer aliança com o LDP, segundo uma análise da agência noticiosa EFE.

Embora tenha reconhecido a "gravidade da situação", Ishiba optou por não se demitir, prometendo encarar o desafio com humildade e sinceridade.

O primeiro-ministro também destacou a sua intenção de finalizar um acordo comercial com os Estados Unidos nas próximas semanas, antes do prazo de 01 de agosto estipulado pelo Presidente Donald Trump, que implicaria a aplicação de tarifas adicionais ao Japão.

Tradicionalmente apoiado por grupos agrícolas e eleitores rurais, Ishiba garantiu que não comprometerá o setor agrícola, apesar das exigências dos Estados Unidos para um maior acesso dos seus produtos ao mercado japonês.

Um total de 519 candidatos participaram nas eleições para 125 lugares, de acordo com a NHK. Destes, 74 foram escolhidos por círculos eleitorais, enquanto 50 foram eleitos por representação proporcional.

A insatisfação popular face ao aumento do custo de vida, que não foi resolvido pelos aumentos salariais, foi um dos temas centrais da campanha, com o primeiro-ministro prometendo a distribuição de 20 mil ienes (cerca de 120 euros) a cada residente.

A oposição tem pressionado o governo para reduzir ou suspender temporariamente o imposto sobre o consumo, enquanto o aumento do preço do arroz, que duplicou nos últimos 12 meses, permanece como uma das maiores preocupações dos cidadãos japoneses.

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