Cristina Rodrigues aguarda hoje o veredicto sobre o caso dos emails do PAN

A decisão sobre o caso de Cristina Rodrigues, deputada do Chega, será conhecida hoje. A acusação baseia-se no alegado "apagão informático" de emails de dirigentes do Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), ocorrido em 2020, quando Cristina ainda era membro desse partido.

Durante a sessão de alegações finais, realizada a 02 de julho, o Ministério Público (MP) não indicou uma penalização específica para a deputada, exibindo hesitações em classificar o comportamento de Cristina sob uma perspetiva jurídica ou ética. A deputada enfrenta acusações de dano e acesso ilegítimo, com a procuradora do MP a questionar a credibilidade de eventos como uma desfilição às 10:00 seguida de alterações a um arquivo às 16:00 do dia anterior.

O MP sustentou que a situação evidência uma clara manipulação, afirmando que uma mudança massiva nos diretórios seguida de uma deleção não pode ser meramente coincidência. Em resposta, na primeira audiência do julgamento, Cristina Rodrigues rejeitou veementemente as acusações: "Para já, apenas digo que rejeito os factos que me são imputados."

Na acusação apresentada em 2022, a ilicitude do ato foi considerada "muito elevada", mas o MP não recomendou uma pena superior a cinco anos, uma vez que a arguida não possui antecedentes. Além de Cristina Rodrigues, está também envolvida Sara Fernandes, ex-funcionária do PAN, que enfrenta acusações de coautoria relacionada com o dano a programas informáticos.

O_MP argumentou que as arguidas atuaram de forma consciente e deliberada, com o intuito de dificultar o acesso do PAN e dos seus membros aos emails do partido. As ações resultaram na remoção de milhares de mensagens, algo que as arguidas sabiam não ter autorização para fazer, com o objetivo de intervir na atividade política do PAN.