EUA decidem abandonar a UNESCO devido a supostas agendas ideológicas
Os Estados Unidos anunciam a saída da UNESCO, após alegações de preconceito anti-Israel, dois anos após o regresso sob a administração Biden.

Hoje, os Estados Unidos confirmaram a sua decisão de se retirar da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), um movimento que ocorre dois anos após o seu regresso. A saída é justificada pela alegação de que a UNESCO tem um viés anti-Israel e promove causas culturais e sociais tendenciosas, conforme afirma Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
Bruce destacou, num comunicado, que a abordagem da UNESCO não coincide com os interesses dos EUA em matéria de política externa, referindo especificamente a ênfase excessiva da organização nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que considera uma agenda globalista.
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, expressou a sua profunda desilusão com a decisão de Washington, embora reconhecendo que já antecipava este desfecho. A saída oficial do país está prevista para o final de dezembro de 2026, de acordo com a agência Associated Press.
Este é o terceiro abandono dos EUA da UNESCO, com a atual administração de Donald Trump a ser a responsável pelo segundo retiro. A primeira saída ocorreu em 1983, durante a presidência de Ronald Reagan, também por alegações de má gestão e corrupção dentro da organização.
A retirada mais recente em 2017, durante o primeiro mandato de Trump, foi igualmente fundamentada na crítica à posição da UNESCO em relação a Israel. No entanto, os EUA voltaram à organização em 2023, quando o ex-presidente Joe Biden promoveu o reingresso.
Recentemente, Trump pediu uma revisão da posição dos EUA na UNESCO, focando-se particularmente em alegados sentimentos antissemitas e pró-Palestina. Durante os últimos meses, as políticas de diversidade e inclusão da UNESCO foram examinadas, incluindo a controversa classificação de "Património Mundial da Palestina" e a utilização do termo "ocupação" relacionados aos territórios palestinianos.
A administração Trump manifestou críticas especiais a iniciativas como "Transforming MEN'talities", que visam promover inclusão e abordar questões de género, considerando-as inadequadas para os interesses do país.
Este novo desdobramento levanta questões sobre a posição dos EUA em relação à educação e à cultura global, ao mesmo tempo que destaca as tensões existentes nas relações internacionais.