Tenta encobrir contaminação por chumbo em crianças na China é descoberta

Um escândalo assombrou a província de Gansu, na China, onde dezenas de funcionários tentaram ocultar a intoxicação por chumbo que afetou mais de 230 crianças no Jardim de Infância de Peixin, na cidade de Tianshui. Um relatório recente revelou que as autoridades locais adulteraram os testes de sangue das crianças, numa tentativa de minimizar a gravidade da situação.

Os inquéritos indicam que alguns funcionários da autarquia aceitaram subornos de um investidor do jardim de infância, ignorando as necessárias inspeções de segurança alimentar em estabelecimentos de ensino. Para tornar as refeições mais atrativas e atraírem mais alunos, as cozinheiras utilizaram tinta não comestível, o que resultou na detecção de quantidades de chumbo nas amostras de comida que superam em 2000 vezes os limites permitidos por lei.

Até ao momento, oito indivíduos foram detidos, entre os quais a diretora do jardim de infância e algumas cozinheiras. Seis continuam sob custódia, enquanto 10 outros funcionários enfrentarão "procedimentos contabilísticos formais", com 17 indivíduos adicionais a ser alvo de investigação.

De acordo com o relatório, 234 das 235 crianças afetadas já receberam alta hospitalar. Adicionalmente, a falta de reagentes e o não cumprimento dos protocolos de segurança pelo Centro Provincial de Controlo e Prevenção de Doenças de Gansu comprometem a confiabilidade dos resultados dos testes.

Como resposta a esta crise, a China implementou agora o primeiro regulamento nacional para refeições escolares, que entra em vigor a 1 de dezembro. Este novo regulamento exige a criação de um responsável pela segurança alimentar em cada instituição de ensino e define normas rigorosas para a aquisição de matérias-primas, que deverão ser controladas e testadas regularmente. O objetivo é garantir a segurança alimentar e evitar incidentes semelhantes no futuro.