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EUA e China voltam a dialogar sobre comércio em Estocolmo

Estados Unidos e China têm uma nova ronda de negociações comerciais marcada para a próxima semana em Estocolmo, segundo anunciou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent.

há 11 horas
EUA e China voltam a dialogar sobre comércio em Estocolmo

A nova ronda de negociações comerciais entre os EUA e a China está agendada para segunda e terça-feira em Estocolmo, na Suécia. O anúncio foi feito pelo secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, após encontros prévios em Genebra e Londres.

Bessent afirmou: "Estarei em Estocolmo com os meus homólogos chineses e vamos trabalhar numa possível extensão da actual trégua comercial de 90 dias, que terminará a 12 de agosto." Durante uma entrevista à televisão Fox Business, o secretário expressou otimismo em relação ao estado atual do comércio, descrevendo-o como "muito positivo". A reunião também abordará a questão do excesso de capacidade industrial na China, assim como as implicações das suas compras de petróleo de países sob sanções, incluindo a Rússia e o Irão.

"Atingimos um novo nível de cooperação construtiva com a China, o que nos permite avançar em várias áreas, uma vez que o comércio estabilizou favoravelmente", acrescentou Bessent. Segundo o secretário, os EUA esperam persuadir Pequim a alinhar a sua transição económica com uma maior orientação para o consumo, um objetivo que se coaduna com as metas internas da China.

Bessent alertou que "a situação actual é insustentável", referindo-se à quota de 30% da China na indústria transformadora global e nas exportações. Com uma população de 1.400 milhões e uma taxa de poupança elevada, a China tem potencial para se transformar numa economia de consumo robusta. "Uma cooperação que impulsionasse a produção do nosso lado e o consumo do lado deles beneficiaria a economia global", argumentou.

Em relação às compras de petróleo russo, Bessent manifestou-se confiante na aprovação, pelo Senado dos EUA, de uma legislação que permita ao Presidente Donald Trump aplicar tarifas de 100% sobre as nações que importam petróleo da Rússia. Contudo, frisou que esta medida não é exclusiva para a China, mas também afeta outros países como a Índia.

Embora as autoridades chinesas ainda não tenham oficialmente confirmado a presença na reunião, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, expressou a sua satisfação em receber representantes dos EUA e da China, sublinhando a relevância das negociações não só para os dois países, mas também para o comércio e economia globais.

A primeira ronda de negociações, realizada em maio em Genebra, resultou numa trégua comercial de 90 dias, enquanto a segunda, em Londres, levou à assinatura de um acordo-quadro que visava aliviar restrições sobre a exportação de bens estratégicos, como semicondutores e terras raras.

Após o anúncio da ronda em Estocolmo, o regulador de mercados chinês decidiu suspender uma investigação antimonopólio contra a DuPont, uma ação considerada pela mídia especializada um "gesto de boa vontade". Segundo a Bloomberg, nesta nova fase, os EUA visam reduzir o défice comercial com a China e requisitar um controlo mais rigoroso sobre os precursores químicos usados na produção de fentanil, enquanto a China deverá insistir no acesso a tecnologias avançadas, como os semicondutores.

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