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Eurodeputados discutem moção de censura à Comissão Europeia, mas rejeição é esperada

Hoje, o Parlamento Europeu deliberará uma moção de censura à Comissão Europeia, a primeira em dez anos, mas há uma forte probabilidade de que seja rejeitada.

10/07/2025 06:15
Eurodeputados discutem moção de censura à Comissão Europeia, mas rejeição é esperada

O Parlamento Europeu encontra-se em Estrasburgo, França, para deliberar sobre uma moção de censura à Comissão Europeia, uma iniciativa inédita em uma década, embora a sua rejeição seja considerada altamente provável.

A proposta foi apresentada pelo eurodeputado romeno Gheorghe Piperea, membro do grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), uma fação de direita, que contou com o apoio de mais 79 colegas. Durante um debate na segunda-feira, Piperea criticou o executivo comunitário, alegando que houve uma "vulnerabilização de princípios essenciais" da União Europeia e acusou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, de ter perdido a integridade.

Piperea justificou a moção com a alegada ocultação de comunicações entre Von der Leyen e um administrador da Pfizer em 2021, durante a pandemia de covid-19, referindo-se ao processo de aquisição de vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2. Ele afirmou que "a concentração de decisões nas mãos da presidente da Comissão é uma prática antidemocrática".

Ursula von der Leyen respondeu às acusações, considerando-as provenientes de um "mundo de conspirações" e sublinhou que a avaliação do trabalho da Comissão deve ser feita de forma individual. Segundo ela, a moção representa uma tentativa fraca de extremistas para minar a confiança na democracia e reescrever a história.

Apesar de ser a primeira moção de censura em dez anos, a sua rejeição é praticamente garantida, uma vez que os líderes dos principais grupos políticos da Assembleia, nomeadamente o Partido Popular Europeu, do qual Von der Leyen é parte, e os Socialistas & Democratas, mostraram-se contrários à medida, pese embora os socialistas tenham aproveitado para criticar a atuação da Comissão. A esquerda e os liberais também declinaram qualquer apoio a uma moção oriunda da extrema-direita.

Se a moção fosse aprovada, significaria a queda de todo o executivo comunitário. Desde as eleições europeias de 1979, foram apresentadas sete moções de censura, mas nenhuma resultou na destituição de um executivo.

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