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"Ex-líder do Shin Bet expressa descontentamento com a ação militar em Gaza"

Ami Ayalon, ex-chefe da Agência de Segurança de Israel, pede um fim ao conflito na Faixa de Gaza e sente vergonha pelo que está a acontecer. Carta aberta endereçada a Trump apela pela paz e devolução dos reféns.

07/08/2025 21:05
"Ex-líder do Shin Bet expressa descontentamento com a ação militar em Gaza"

Ami Ayalon, antigo líder do Shin Bet - a Agência de Segurança de Israel - manifestou, em entrevista ao CBC News, que assinou uma carta aberta com a assinatura de 550 ex-funcionários da agência, pedindo a cessação das operações militares na Faixa de Gaza.

Segundo Ayalon, que já ocupou uma posição de destaque na segurança nacional israelita, o objetivo militar de desmantelar o Hamas já foi alcançado. Para ele, é crucial que se chegue a um acordo que permita o regresso dos reféns que ainda se encontram nas mãos do grupo islamita.

“Escrevemos esta carta com base na nossa compreensão sobre a guerra, não apenas no que diz respeito a uma perspetiva moral. Contudo, tenho de confessar que sinto vergonha do que se está a fazer em Gaza”, afirmou.

A carta, intensamente divulgada nas redes sociais, é endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e foi redigida pela organização Commanders for Israel's Security. Ayalon acrescentou que a sua análise profissional indica que o Hamas deixou de representar uma ameaça estratégica para Israel, destacando que o país deve ser capaz de lidar com as capacidades terroristas do grupo.

Ayalon também enfatizou que a verdadeira estabilidade para Israel reside na aceitação de uma solução de dois Estados, onde tanto Israel quanto a Palestina possam coexistir pacificamente. “Para derrotar o Hamas, precisamos desmantelar a sua ideologia, apresentando uma alternativa política viável - um Estado ao lado de Israel”, defendendeu.

Além dele, vários outros proeminentes ex-responsáveis de segurança, como o ex-chefe das Forças de Defesa, Tamir, e ex-embaixadores israelitas, também subscreveram a carta.

Recentemente, outro ex-chefe do Shin Bet critiou os objetivos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, considerando-os uma “fantasia”.

Em relação à decisão de endereçar a carta a Trump, Ayalon afirmou: “A situação é de tal magnitude que a intervenção da comunidade internacional, liderada pelos EUA, é fundamental para resolução.”

Trump, por sua vez, reiterou que a rendição do Hamas e o regresso dos reféns é a chave para resolver a grave crise humanitária em Gaza, uma postura que tem gerado debate na esfera política.

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