País

Família bravura na Serra do Açor: Resiste ao incêndio com baldes de água

Uma família na Serra do Açor defendeu a sua casa e animais das chamas, impossibilitada de evacuar. No local, incêndios devastaram estruturas, enquanto a comunidade se mobiliza para ajudar.

13/08/2025 21:50
Família bravura na Serra do Açor: Resiste ao incêndio com baldes de água

Na madrugada de hoje, um incêndio deflagrou na freguesia de Piódão, na Serra do Açor, rapidamente alastrando até à aldeia de Feijoeira. Rita Lopes, de 20 anos, e a sua família, foram apanhados de surpresa, impossibilitados de deixar a casa. “Não tivemos escolha senão ficar e proteger o que é nosso”, contou Rita à agência Lusa, referindo-se à dura luta que travou com a mãe e um tio para manter a casa e os animais a salvo.

O pai, que é distribuidor de pão, tinha saído para o trabalho e não conseguiu voltar devido aos obstáculos criados pelas chamas. Utilizando baldes de água de bidões previamente cheios para emergências, a família conseguiu evitar que as chamas consumissem a habitação. “Se tivéssemos saído, tudo teria ardido. Assim, conseguimos salvar a casa, as 15 cabras, os 10 coelhos, quatro cães da Serra da Estrela, além de duas viaturas e uma moto-quatro,” destacou Rita.

Durante várias horas, o fogo fez a sua passagem devastadora, resultando na destruição de palheiros, um automóvel e uma motorizada, relatou a jovem.

Por outro lado, o município de Arganil estabeleceu dois centros de acolhimento, um em Coja e outro em Cerdeira, para ajudar as pessoas deslocadas. “As instalações estão preparadas para acolher cerca de cem pessoas, aumentando a capacidade se necessário,” afirmou a vereadora Elisabete Oliveira à agência Lusa.

Ao início da noite, o pavilhão polivalente da Casa do Povo de Coja já acolhia 55 pessoas provenientes de Porto Silvado e Sobral Gordo, predominantemente idosos e crianças. “Este centro, gerido em parceria com a Cruz Vermelha, tem capacidade para 80 pessoas,” acrescentou.

Elisabete referiu que, dado que a evolução do incêndio é incerta, a prioridade é garantir a segurança dos deslocados. O fornecimento de alimentos e água é assegurado pelo Centro Social e Paroquial de Coja.

Manuel Lopes, de 75 anos, que se encontrava de férias naquela aldeia, partilhou a sua experiência: “Vim para aqui porque tenho dificuldades de mobilidade. A minha filha e netos ficaram na aldeia de Sobral Gordo, mas aqui estão mais descansados.”

A Casa do Povo da Cerdeira também está equipada para receber até 25 pessoas, embora até ao momento não tivesse acolhido ninguém. Esta operação conta com a ajuda de seis técnicos municipais e o apoio de várias instituições de solidariedade.

#FamíliaValente #IncêndiosPortugal #SolidariedadeComunitária