Governo prepara nova edição do cheque-livro com aumento de valor previsto

A ministra da Cultura, Margarida Balseiro Lopes, fez um anúncio importante ao informar que até ao final do ano será lançada a segunda edição do cheque-livro, destinada a promover a leitura entre os jovens. Além disso, revelou que o montante atribuído a cada vale será aumentado.

Durante a sua apresentação no evento 3.º Book 2.0, a ministra sublinhou que esta medida visa garantir que os livros continuem a ser valorizados e protegidos. O Governo já decidiu prolongar o prazo da primeira edição do cheque-livro, que tinha um valor de 20 euros, até ao dia 15 de julho, tendo em conta que a sua taxa de execução tinha sido apenas de 20%. Com esta extensão, espera-se que mais jovens consigam beneficiar desta iniciativa.

Após a conclusão desta fase, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) irá elaborar um relatório para avaliar o impacto da medida e identificar áreas que possam ser melhoradas.

Margarida Balseiro Lopes referiu-se ainda ao objetivo de aumentar o valor dos cheques, comentando que existem indícios de que será possível melhorar o montante atribuído. Além disso, destacou a necessidade de aumentar a divulgação da medida para alcançar um maior número de jovens em todo o país.

Miguel Pauseiro, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), reforçou a relevância do valor atribuído através do cheque-livro, afirmando que "não se cria uma geração de leitores com um único livro" e que a abordagem deve incluir um esforço contínuo de promoção da leitura.

A ministra realçou a importância do livro na sociedade contemporânea, afirmando que a transformação tecnológica exige uma reflexão sobre o papel da literacia e do conhecimento na construção de uma sociedade mais livre e preparada. Para ela, a leitura deve ser vista não apenas como um ato de adquirir livros, mas como um direito de acesso e igualdade.

Além disso, o Ministério da Cultura anunciou que a possibilidade de utilização do cheque-livro para os jovens de 18 anos foi prolongada até julho, com data limite inicialmente prevista para 23 de abril. Dados preliminares da DGLAB indicam que, entre um universo de 220 mil jovens elegíveis, foram emitidos cerca de 47 mil cheques até ao presente momento, indicando uma adesão que ficou aquém das expectativas.

Na mesma linha, Miguel Pauseiro observou que o valor do cheque-livro "foi muito abaixo" do que era desejado pela APEL, que propôs um montante de 100 euros como mais adequado para fomentar hábitos de leitura de forma consistente.

A falta de comunicação e as dificuldades operacionais, como a necessidade de uma chave móvel digital para acesso ao cheque, foram identificadas como obstáculos que devem ser superados para aumentar a adesão à medida.