Hamas valoriza apoio de 25 Estados e clama por ações concretas
O Hamas expressou gratidão a 25 países, entre os quais Portugal, pedindo o fim da ofensiva israelita e a agilização da ajuda humanitária em Gaza.

O Hamas manifestou, esta terça-feira, a sua apreciação pela declaração conjunta de 25 nações, incluindo Portugal, na qual se apela ao término da ofensiva israelita e à ampliação da assistência humanitária a Gaza. O grupo palestiniano instou, ainda, que os Estados envolvidos concretizem ações práticas para alcançar esses fins.
Num comunicado, o Hamas enfatizou: "Exortamos os países signatários a transformar o teor [da declaração] em medidas concretas que ponham fim à catástrofe humanitária causada pela ocupação na Faixa de Gaza. É imperativo que haja pressão eficaz para interromper a terrível guerra de exterminação contra o povo palestiniano e que se assegure o fluxo imediato de ajuda humanitária."
A declaração dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros de 25 países, divulgada na segunda-feira, condenou a guerra na Palestina e manifestou-se contra qualquer alteração territorial ou demográfica na região. Os países signatários criticaram um "plano de colonização" proposto pela Administração Civil, que, se implementado, fragmentaria o Estado palestiniano, violando o direito internacional e minando a solução de dois Estados.
"A construção de colonatos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, acelerou, juntamente com um aumento da violência dos colonos contra palestinianos. Esta situação não pode continuar", afirmaram.
Num contexto em que a Faixa de Gaza enfrenta uma das mais graves crises humanitárias, com um aumento alarmante de mortes por subnutrição - que já ultrapassou 100, sendo 80 delas crianças - a declaração é vista como um novo reconhecimento das graves violações cometidas pelo Governo israelita contra civis, incluindo a utilização de fome como uma arma de guerra.
O Hamas reiterou que "a política de fome dos ocupantes sionistas é uma violação inegável do direito internacional humanitário". Além disso, os representantes dos 25 países mostraram-se contrários à ideia de deslocação forçada de 2,1 milhões de palestinianos para Rafah, proposta pelo governo israelita, que também é considerada uma violação do direito internacional.
Em resposta, Israel rejeitou a declaração e responsabilizou o Hamas pelas hostilidades persistentes, afirmando que "todas as queixas devem ser dirigidas ao verdadeiro responsável pela ausência de um acordo para a libertação de reféns e o cessar-fogo: o Hamas, que deu início a esta guerra".
A guerra em Gaza, que se intensificou após os ataques do Hamas a 7 de Outubro de 2023, resultou em cerca de 1.200 mortos em Israel e tem causado, até agora, mais de 59 mil mortos entre os palestinianos, além da destruição quase total da infraestrutura de Gaza e do deslocamento de centenas de milhares de pessoas. Israel também tem imposto um bloqueio severo a bens essenciais, limitando a entrada de alimentos, água potável, medicamentos e combustível, sendo que a ajuda humanitária permitida ainda é insuficiente, administrada apenas por uma entidade controlada pelo governo israelita e apoiada pelos EUA.