Início das Demolições no Talude Militar gera Protestos e Conflito com a Polícia
A demolição de habitações no Bairro do Talude Militar em Loures começou sob forte tensão, com moradores a protestar e polícia a agir para assegurar a operação.

Hoje, por volta das 12h00, tiveram início as demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, em Loures, após uma intervenção policial agressiva que visou dispersar moradores que tentavam impedir a operação.
De acordo com a Lusa, uma máquina de demolição começou a avançar no local, enquanto agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP utilizavam bastões para afastar os residentes, resultando em confrontos físicos. Uma pessoa foi arrastada pelo chão durante a operação, que se concentrou na demolição da casa identificada com o número 1.062, situada à entrada do bairro.
A tensão entre os moradores, incluindo várias crianças, e a polícia é palpável. Muitas famílias gritam por “outra solução”, exigindo um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, do PS. O movimento Vida Justa e advogados presentes no local alegam que as demolições estão a ser realizadas sem um mandado judicial adequado.
Pelas 11h20, alguns residentes decidiram deitar-se no chão à entrada do bairro, tentando bloquear a passagem das máquinas demolição. As autoridades aguardam resposta do município sobre a situação, que, segundo informações do movimento Vida Justa, envolvem a destruição de cerca de 80 habitações na semana, deixando famílias, incluindo 70 crianças, sem alternativas habitacionais.
No passado domingo, o município já tinha anunciado novas demolições e dado aos moradores apenas 48 horas para se retirarem. Essa ação está a ser considerada como uma violação das decisões judiciais anteriormente proferidas sobre suspensões de demolições. Além de Loures, a Amadora também está a proceder com demolições de 16 habitações, dando igualmente um breve aviso às famílias para se mudarem.
A autarquia de Loures reafirma que atua dentro da legalidade e que não compactua com construções ilegais, enfatizando a necessidade de agir para garantir a saúde pública e a dignidade humana. Por sua vez, a Amadora destacou o investimento na erradicação de habitações ilegais e no apoio a famílias em situação de vulnerabilidade, insistindo que suas iniciativas visam reestabelecer a legalidade urbanística.
O movimento Vida Justa considera que essas demolições infrigem a legislação sobre urbanização e edificação e violam os direitos humanos, reiterando a necessidade de soluções justas e estruturadas para as questões habitacionais na região.