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Início das Demolições no Talude Militar gera Protestos e Conflito com a Polícia

A demolição de habitações no Bairro do Talude Militar em Loures começou sob forte tensão, com moradores a protestar e polícia a agir para assegurar a operação.

há 4 horas
Início das Demolições no Talude Militar gera Protestos e Conflito com a Polícia

Hoje, por volta das 12h00, tiveram início as demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, em Loures, após uma intervenção policial agressiva que visou dispersar moradores que tentavam impedir a operação.

De acordo com a Lusa, uma máquina de demolição começou a avançar no local, enquanto agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP utilizavam bastões para afastar os residentes, resultando em confrontos físicos. Uma pessoa foi arrastada pelo chão durante a operação, que se concentrou na demolição da casa identificada com o número 1.062, situada à entrada do bairro.

A tensão entre os moradores, incluindo várias crianças, e a polícia é palpável. Muitas famílias gritam por “outra solução”, exigindo um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, do PS. O movimento Vida Justa e advogados presentes no local alegam que as demolições estão a ser realizadas sem um mandado judicial adequado.

Pelas 11h20, alguns residentes decidiram deitar-se no chão à entrada do bairro, tentando bloquear a passagem das máquinas demolição. As autoridades aguardam resposta do município sobre a situação, que, segundo informações do movimento Vida Justa, envolvem a destruição de cerca de 80 habitações na semana, deixando famílias, incluindo 70 crianças, sem alternativas habitacionais.

No passado domingo, o município já tinha anunciado novas demolições e dado aos moradores apenas 48 horas para se retirarem. Essa ação está a ser considerada como uma violação das decisões judiciais anteriormente proferidas sobre suspensões de demolições. Além de Loures, a Amadora também está a proceder com demolições de 16 habitações, dando igualmente um breve aviso às famílias para se mudarem.

A autarquia de Loures reafirma que atua dentro da legalidade e que não compactua com construções ilegais, enfatizando a necessidade de agir para garantir a saúde pública e a dignidade humana. Por sua vez, a Amadora destacou o investimento na erradicação de habitações ilegais e no apoio a famílias em situação de vulnerabilidade, insistindo que suas iniciativas visam reestabelecer a legalidade urbanística.

O movimento Vida Justa considera que essas demolições infrigem a legislação sobre urbanização e edificação e violam os direitos humanos, reiterando a necessidade de soluções justas e estruturadas para as questões habitacionais na região.

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