Investigação revela 298 implicados em massacres contra minoria étnica na Síria
Relatório de uma comissão nacional na Síria identifica 298 indivíduos associados aos massacres de março de 2024, que causaram a morte de 1.426 pessoas entre a comunidade alauita.

Uma comissão de investigação síria anunciou hoje a identificação de 298 pessoas supostamente envolvidas nos massacres ocorridos entre 7 e 9 de março de 2024, que vitimaram a minoria alauita, resultando em 1.426 mortos. O porta-voz da comissão, Yasser al-Farhan, fez esta declaração durante uma conferência de imprensa em Damasco.
A investigação apurou que, além dos homicídios, as violentas ações incluíram tortura, pilhagens e destruição de propriedades, perpetradas contra civis. A comissão registou os nomes de 1.426 vítimas, com 90 mulheres inclusas, todas maioritariamente civis da comunidade alauita, um grupo que representa cerca de 3 milhões de pessoas na Síria.
As autoridades de Damasco responsabilizaram forças armadas apoiantes do ex-presidente Bashar al-Assad pela eclosão da violência, alegando que estes atacaram as novas forças de segurança que estavam a responder ao conflito. Na sequência dos embates, 238 elementos das forças de segurança e do exército foram mortos.
Reforços foram enviados para a região, e segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), estas forças, em colaboração com grupos paramilitares, perpetraram massacres e "execuções sumárias", resultando na morte de cerca de 1.700 civis, principalmente da minoria alauita.
Organizações não-governamentais e ativistas tem divulgado vídeos perturbadores mostrando execuções de indivíduos desarmados, a maioria dos quais com vestuário civil. As autoridades continuam a imputar a violência a grupos armados leais a Assad, que têm promovido ataques violentos contra as suas forças na costa.
A comunidade alauita, que é uma ramificação do islamismo xiita, foi historicamente liderada pelo ex-presidente Bashar al-Assad, que foi deposto.