Irmã portuguesa na Síria clama por socorro diante da crise
A única religiosa de Portugal na Síria, irmã Maria Lúcia Ferreira, enfrenta a escalada do conflito e solicita urgentemente a ajuda da comunidade internacional.

Recentemente, Israel realizou diversos ataques na Síria, incluindo alvos em Damasco, dirigindo-se ao quartel-general das Forças Armadas sírias e a áreas próximas ao palácio presidencial.
Em resposta ao deteriorar da situação no país, a irmã Maria Lúcia Ferreira, única religiosa portuguesa a residir na Síria, fez um apelo à Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) pedindo apoio do Ocidente.
Ela descreveu a situação como "muito delicada e urgente", reportando também ataques à igreja em Tartous e a escalada de violência em Sweida, onde desde domingo já se registaram 300 mortes, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
“Os cristãos estão a viver com medo e muitos, especialmente os jovens, só pensam em deixar o país”, lamenta a irmã Maria Lúcia, que faz parte das Monjas de Unidade de Antioquia e reside no Mosteiro de São Tiago Mutilado, na vila de Qara. Ela mencionou ainda os conflitos que envolvem a minoria druza, considerada por Israel como uma comunidade que colabora com as forças armadas.
A escalada das tensões ocorre após confrontos inter-religiosos em abril entre drusos e forças de segurança em áreas próximas a Damasco e Sweida. Na província de Sweida, com cerca de 700.000 habitantes, reside a maior comunidade drusa da Síria.
Os conflitos entre drusos e beduínos, principalmente durante os confrontos que contaram com a participação de tribos sunitas ao lado das forças de segurança, refletem a complexa dinâmica da região. Além disso, drusos dos Montes Golã, ocupados por Israel, têm tentado se aproximar da fronteira, manifestando apoio a seus concidadãos na Síria.
O Chefe do Estado-Maior israelita, Eyal Zamir, comentou sobre os ataques, afirmando que visam evitar que a Síria se torne um "reduto do terrorismo". ele reforçou a necessidade de operaciones decisivas e apelou aos drusos em Israel para não cruzarem a fronteira em solidariedade com a comunidade na Síria, assegurando que o exército protegerá os cidadãos israelitas.