Israel garante que exército seguirá as diretrizes políticas para Gaza
O ministro da Defesa de Israel reafirma que as forças armadas agirão de acordo com as decisões do governo sobre Gaza, enquanto a controvérsia sobre a ocupação total continua.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, assegurou hoje que o Exército cumprirá rigorosamente as ordens políticas em relação à Faixa de Gaza, após um clima de incerteza gerado pelas declarações do chefe do Estado-Maior sobre a ocupação total do território palestiniano.
"Assim que as decisões políticas forem tomadas, a liderança militar irá implementar, como sempre fez em todas as guerras, a política definida", afirmou Katz durante uma visita a uma base na zona tampão de Gaza.
Este aviso surge no dia em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reuniu por cerca de três horas com o chefe das forças armadas, Eyal Zamir, numa conversa que também contou com a presença do ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. O encontro teve como foco as opções para prosseguir a campanha militar e as preocupações sobre os reféns ainda em cativeiro.
Katz enfatizou que derrotar o Hamas e garantir a liberdade dos cerca de 50 reféns israelitas continua a ser "a prioridade máxima" da operação militar no território. O ministro sublinhou que o seu dever é garantir que essas instruções sejam executadas. "A segurança das comunidades fronteiriças só poderá ser assegurada com uma presença militar persistente numa zona de segurança", advertiu.
No entanto, a proposta da ocupação total enfrenta resistência dentro do Exército, que está apreensivo sobre a possibilidade de que os reféns possam ser executados numa operação em áreas onde estão detidos, relembrando acontecimentos trágicos do passado.
Além disso, este tema suscita divisões no governo, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, a destacar a importância do chefe do Estado-Maior expressar a sua opinião profissional de maneira clara.
O conflito iniciou-se em 7 de outubro de 2023, após ataques do Hamas que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel e na captura de cerca de 250 reféns. Em resposta, Israel lançou uma vasta ofensiva militar, que, segundo fontes locais, já resultou em mais de 61 mil mortos em Gaza, gerando uma crise humanitária sem precedentes.
O bloqueio imposto a Gaza por Israel agravou a situação da população, com relatos crescentes de fome e a retirada de organizações humanitárias, aumentando a tragédia vivenciada no enclave.