José Eduardo Agualusa recebe o Prémio Manuel de Boaventura em Esposende
O autor angolano José Eduardo Agualusa foi eleito o vencedor do Prémio Literário Manuel de Boaventura 2025, com a sua obra 'Mestre dos Batuques', destacando-se pela sua maturidade literária.

O município de Esposende anunciou hoje que o prémio literário Manuel de Boaventura 2025 foi concedido, por unanimidade, ao renomado escritor angolano José Eduardo Agualusa, em reconhecimento ao seu romance 'Mestre dos Batuques'.
A obra foi elogiada pelo júri por demonstrar "uma evidente maturidade literária", destacando o seu "apurado virtuosismo expressivo e estilístico". O romance é descrito como tendo um imaginário original que provoca uma reflexão sobre questões cruciais, incluindo as complexas relações entre a história e a ficção, especialmente no contexto do colonialismo português.
Além disso, a obra apresenta uma notável riqueza intertextual que revela a sua densa construção literária. O júri expressou também a sua satisfação pelo elevado número de obras a concurso, totalizando 201, provenientes de vários países de língua oficial portuguesa.
O prémio visa homenagear Manuel de Boaventura, um destacado escritor e figura cultural de Vila Chã, Esposende. Com caráter bienal e no valor de 7.500 euros, é direcionado à criação literária de romances ou contos por autores de língua portuguesa.
Inaugurado em 2017, o prémio já teve vencedores como Ana Margarida de Carvalho, Filipa Martins, Mia Couto e, mais recentemente em 2023, Giovana Madalosso e Rui Couceiro.
Adicionalmente, a Câmara de Esposende anunciou um investimento de 2,1 milhões de euros na criação da Casa-Museu Manuel de Boaventura, que visará enriquecer o legado literário da região. Este espaço será erguido na Casa de Susão, em Palmeira de Faro, onde o escritor viveu durante cerca de 70 anos.
O projeto inclui a reabilitação integral da Casa do Suão, preservando as características originais do edifício do século XIX, incluindo a eira e o espigueiro. Está prevista a criação de um espaço museológico no rés-do-chão, um auditório com 40 lugares, além de áreas dedicadas às atividades educativas e técnicas, estacionamento e espaços exteriores revitalizados.