Lucros da Volkswagen registam uma queda acentuada de 53% até setembro

A Volkswagen, um dos principais grupos automóveis do mundo que inclui marcas prestigiadas como Porsche, Audi, Skoda e Seat, reportou um prejuízo de 482 milhões de euros no terceiro trimestre, em comparação com lucros de 1.193 milhões de euros no mesmo período do ano transato.

No acumulado dos primeiros nove meses de 2023, a empresa manteve uma faturação de 238.669 milhões de euros, o que representa uma ligeira variação de +0,6% em relação ao ano anterior, mesmo com um aumento de 1,8% nas vendas, que totalizaram 6,581 milhões de veículos.

As regiões da América do Sul (+13%), Europa Ocidental (+4%) e Europa Central e Oriental (+11%) viram um aumento nas suas vendas, compensando a diminuição observada na China (-2%) e na América do Norte (-11%).

O lucro operacional da Volkswagen caiu em 57,8%, fixando-se em 5.408 milhões de euros, resultando numa rentabilidade operacional de 2,3%, em comparação com 5,4% no ano anterior, o que é atribuível às tarifas elevadas impostas pelo governo dos EUA.

Arno Antlitz, o responsável financeiro do grupo, indicou que a empresa enfrentou custos adicionais de 7.500 milhões de euros, sendo 4.700 milhões associados à alteração da estratégia da Porsche, que decidiu manter a produção de modelos com motor de combustão interna.

Antlitz destacou que, sem estes encargos, a rentabilidade operacional teria alcançado 5,4%, um valor considerável em tempos de incerteza económica.

Além disso, foi reportado um aumento de 17% na carteira de encomendas da marca na Europa Ocidental e um crescimento impressionante de 64% nas encomendas de veículos elétricos.

A posição de liquidez da divisão automóvel permanece robusta, com reservas superiores a 31.000 milhões de euros, embora a Volkswagen enfrente desafios nas vendas das suas marcas premium e nos lucros da Porsche devido aos custos associados à manutenção de modelos com motor a combustão.

A Volkswagen e a Skoda conseguiram melhorar os seus resultados operacionais, enquanto a Seat e a Cupra, assim como as marcas de alta gama Audi e Porsche, reportaram uma diminuição nos lucros.

A parelhas Seat e Cupra alcançaram um lucro operacional de 16 milhões de euros até setembro, uma queda significativa de 96,1% face ao ano anterior.

O grupo tem planos de reduzir 35.000 postos de trabalho na Alemanha até 2030, o que representa cerca de um quarto da sua força de trabalho de 130.000 funcionários no país, e espera ver mantidas as vendas em 2025 no mesmo nível que em 2024.

Ainda assim, a Volkswagen prevê uma rentabilidade operacional sobre as vendas entre 2% e 3% para o presente exercício, assumindo uma "disponibilidade adequada de semicondutores", pois as previsões podem variar se surgirem problemas de abastecimento de chips.