Mais de mil mortos em Gaza enquanto buscavam ajuda humanitária

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que desde o final de maio, mais de mil pessoas perderam a vida em Gaza na tentativa de obter ajuda humanitária. Deste total, 766 foram mortas nas proximidades de centros geridos pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF) e 288 perto de locais da ONU e outras ONG's.

Os dados foram partilhados pelo Alto Comissariado para os Direitos Humanos e referem que estas tragédias ocorreram durante o esforço de assistência alimentar iniciado a 26 de maio, após um bloqueio prolongado que impediu a entrada de ajuda no enclave palestiniano.

A ONU explicou que as informações provêm de fontes respeitáveis no terreno, incluindo equipas médicas e organizações de direitos humanos. Contudo, vale a pena mencionar que a ONU e várias entidades de ajuda escolheram não colaborar com a GHF, acusando-a de estar alinhada com interesses militares israelitas e de desrespeitar princípios humanitários.

As distribuições de alimentos da GHF têm sido marcadas por cenas de confusão, muitas vezes com o Exército israelita a abrir fogo para dispersar as multidões desesperadas.

A diplomacia da União Europeia (UE) expressou hoje a sua indignação, considerando "indefensável" a morte de civis que tentam obter ajuda. Kaja Kallas, alta-representante da UE, exigiu ação imediata por parte do Exército israelita durante uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel.

A atual escalada de violência em Gaza começou após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 mortes em Israel. A retaliação israelita causou mais de 59 mil vítimas e levou à destruição quase total da infraestrutura da região, forçando centenas de milhares a abandonar suas casas.