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Nove condenados por burlas à volta do esquema "olá pai, olá mãe"

O Tribunal de Leiria decidiu hoje sobre um caso de burlas que afetou cidadãos em todo o país, resultando na condenação de sete homens e duas entidades, com penas que variam até cinco anos.

há 2 horas
Nove condenados por burlas à volta do esquema "olá pai, olá mãe"

No Tribunal Judicial de Leiria, foram proferidas condenações severas em relação a um caso de burlas que lesou indivíduos por todo o território nacional através da conhecida abordagem "olá pai, olá mãe". No total, sete homens e duas sociedades foram levados a julgamento.

Um dos arguidos, que se encontrava em detenção preventiva, recebeu uma pena de cinco anos e dois meses de prisão por burla qualificada, em coautoria com outros dois cúmplices, que foram condenados a penas de três anos e seis meses e quatro anos, ambas suspensas por cinco anos, com a obrigação de indemnizarem as vítimas de forma solidária.

Adicionalmente, mais quatro arguidos foram sancionados com penas de oito meses de prisão, convertidas em multas de 2.400 euros, além de uma multa total de 1.500 euros, resultando numa penalização total de 3.900 euros para cada um. As duas sociedades envolvidas no esquema também enfrentaram multas, cada uma no montante de cinco mil euros.

O tribunal declarou ainda extinto o procedimento criminal quanto a uma das sociedades envolvidas. No total, foi determinada a reparação de cerca de 23.500 euros a várias vítimas, tanto por danos patrimoniais como, em alguns casos, por danos não patrimoniais.

Os arguidos, com idades entre 22 e 68 anos e residentes na Grande Lisboa, estiveram envolvidos em burlas que totalizaram 109.235,60 euros, afetando 41 pessoas. Segundo o Ministério Público, o método utilizado consistia em mensagens via WhatsApp ou SMS, em que os burlões se faziam passar por familiares, solicitando transferências urgentes para pagamentos fictícios.

A acusação detalha que os três principais arguidos faziam parte de uma estrutura organizada dedicada a este tipo de burla, usando a técnica "olá pai, olá mãe" para explorar a boa-fé das suas vítimas. A juíza responsável pelo caso sublinhou que o detido era o único que considerava esta atividade como modo de vida, alertando para a proliferação deste tipo de crimes na sociedade.

"As vítimas eram pessoas instruídas, como médicos e professores. Quando se trata de filhos, a vulnerabilidade é evidente", frisou a juíza ao concluir o caso. Este julgamento marca uma das primeiras condenações significativas relacionadas a burlas deste tipo, embora o número de casos semelhantes continue a aumentar.

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