Novo rumo para a presidência: António José Seguro propõe uma abordagem mais discreta
António José Seguro defende um estilo presidencial menos visível nos meios de comunicação e uma abordagem prudente quanto à dissolução do Parlamento. Promete um governo inclusivo e focado no bem-estar do país.
António José Seguro, candidato à presidência apoiado pelo PS, anunciou que deseja um estilo de liderança que se destaque menos nos telejornais e que a dissolução do Parlamento seja considerada apenas em "último recurso". Em entrevista à agência Lusa, Seguro enfatizou que não pretende ser um presidente reativo, optando por um papel mais ativo e dialogante com os líderes políticos.
Quanto à dissolução do parlamento, Seguro afirmou que deve ser uma opção utilizada apenas quando isso signifique um bem maior para o país, dissentindo da ideia de que um chumbo do Orçamento do Estado leve automaticamente a esse desfecho, como ocorreu em 2021. "Eu quero conversar muito com os atores políticos", acrescentou.
O antigo líder do PS destacou também que durante a sua presidência haverá "menos presidente nos telejornais, mas mais ações concretas". Quando questionado sobre a possibilidade de formar um governo com apoio do Chega, Seguro reafirmou que respeitará a legalidade e a constituição, evitando qualquer impasse que possa comprometer a sua integridade democrática.
Sobre a sua posição no espectro político, o candidato clarificou que não se identifica exclusivamente com a esquerda, buscando aproximar-se de todos os cidadãos. "Os rótulos dividem, enquanto os valores unem", declarou, criticando a polarização que frequentemente caracteriza a política portuguesa.
Seguro estabeleceu a saúde como a sua prioridade para o primeiro ano de mandato, apelando à necessidade de um pacto de regime para fortalecer o Serviço Nacional de Saúde. Outras questões como demografia, inteligência artificial e habitação também foram indicadas como focos importantes para o seu governo.