Orbán solicitará a Trump exceção às sanções contra a Rússia
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou que pedirá a isenção das sanções às empresas de petróleo russas em reunião com Donald Trump na próxima semana.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, revelou hoje que solicitará ao presidente norte-americano, Donald Trump, a isenção das sanções impostas a empresas petrolíferas russas durante a sua visita a Washington na próxima semana.
Orbán destacou, em declarações à rádio pública Kossuth, que a Hungria é "um país sem litoral" e carece de opções marítimas para garantir a importação de fontes de energia, o que torna a situação do seu país especialmente complicada.
O governo húngaro depende em grande medida da Rússia para as suas necessidades energéticas, com 85% das importações de gás e 65% do petróleo oriundos da Federação Russa.
Este pedido surge num contexto em que Washington estabeleceu sanções contra as duas principais empresas petrolíferas da Rússia, a Rosneft e a Lukoil, em resposta à falta de esforços significativos da Rússia para promover um acordo de paz que finalize o conflito na Ucrânia.
Orbán indicou que irá a Washington a 7 de novembro acompanhado por uma delegação diversificada, composta por ministros, políticos e representantes do setor empresarial, com o intuito de reforçar as relações bilaterais entre os dois países.
Relativamente ao encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, que estava agendado para Budapeste e foi adiado, Orbán afirmou que acredita que é possível estreitar laços.
O primeiro-ministro sublinhou ainda que "os EUA são favoráveis à paz" e que, aparentemente, a Rússia está disposta a discutir um cessar-fogo sob determinadas condições. No entanto, referiu que os ucranianos continuam a resistir, evitando comprometer-se com um acordo de paz.
Recentemente, Trump também reconheceu a natureza peculiar da situação húngara em relação às suas limitações na produção interna de energia, que torna a nação dependente das importações.
Orbán mencionou que uma alternativa para as importações poderia ser o oleoduto "Adria", que liga a Croácia, mas argumentou que essa solução seria insuficiente e impraticável devido a custos elevados, algo que o governo croata contesta.
As sanções impostas pelos EUA, União Europeia e outros aliados visam limitar a capacidade da Rússia de financiar a sua operação militar na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.