Partidos de Esquerda Questionam Governo sobre Insegurança Alimentar em Gaza
Livre e PCP interrogam ministro dos Negócios Estrangeiros sobre o veto de Portugal a referência à fome na Faixa de Gaza em declaração da CPLP, considerando a posição inaceitável.
Os partidos Livre e PCP dirigiram hoje perguntas ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a respeito da posição de Portugal, que se opôs à inclusão de uma menção à insegurança alimentar na Faixa de Gaza durante a recente cimeira da CPLP, realizada na Guiné-Bissau. Na declaração final aprovada pelos líderes presentes, a referência à situação crítica dos palestinianos em Gaza foi omitida.
Segundo o jornal Público, a objeção do Governo português foi expressa durante a reunião do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP (Consan-CPLP), que ocorreu na segunda e terça-feira. O Livre considera que a proposta para mencionar a insegurança alimentar surgiu de representantes da sociedade civil e assenta numa necessidade premente, especialmente num evento que abordava "A CPLP e a soberania alimentar: um caminho para o desenvolvimento sustentável".
O Livre sublinha que as restrições à assistência humanitária em Gaza são uma violação do Direito Internacional, e expressou a sua perplexidade quanto à posição de Portugal nesta questão, alegando que o país deveria priorizar a defesa dos Direitos Humanos do povo palestiniano.
O PCP também se manifestou, afirmando que a referência à insegurança alimentar era "incontornável no contexto atual" e criticando o Governo por manter o país numa posição isolada, recusando-se a reconhecer o Estado da Palestina. O partido questionou, ainda, de que forma o Executivo justifica a sua oposição a um tema tão relevante e urgente.
De acordo com fontes, a proposta recusada afirmava que a pobreza e a falta de alimentos em Gaza, especialmente entre crianças palestinianas, constituem uma grave violação do direito humano à alimentação, condenando qualquer forma de violência que agrave esta situação.