Política

PCP propõe assegurar carreira a investigadores em situação precária

O PCP vai avançar com uma proposta no parlamento para integrar investigadores precários na carreira científica, defendendo que a sua precariedade limita o desenvolvimento científico em Portugal.

há 4 horas
PCP propõe assegurar carreira a investigadores em situação precária

O PCP anunciou a intenção de levar ao parlamento uma proposta para a integração de todos os investigadores com vínculos precários na carreira de investigação científica, incluindo os bolseiros, argumentando que esta precariedade impede o progresso científico do país. A declaração foi feita pelo secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, durante uma concentração de defesa da ciência pública, que teve lugar junto à Universidade Nova SBE, em Carcavelos, Cascais.

No seu discurso, Paulo Raimundo destacou a urgência em abordar a precariedade que afeta o setor, enfatizando que o desenvolvimento científico em Portugal é impossível com "milhares de investigadores e académicos a viver em insegurança". O projeto de lei do PCP inclui a criação de um regime transitório que garantirá a integração na carreira científica dos investigadores com vínculos precários, desde que tenham pelo menos "três anos de experiência de investigação, contínua ou não".

O líder do PCP afirmou o objetivo de proporcionar estabilidade e perspetivas de carreira aos investigadores, promovendo assim um sólido desenvolvimento científico e tecnológico para o país. "É aqui que devemos concentrar os nossos investimentos", frisou.

Raimundo criticou ainda a falta de ação do Governo em resolver a precariedade na investigação, apontando que as políticas atuais parecem focar na ciência como um mero negócio e nas prioridades de grandes corporações internacionais, ao invés das necessidades nacionais. "Um país não deve depender das vontades de outros," sublinhou.

A ex-deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, também esteve presente na concentração. Ela realçou que a precariedade atual dos investigadores compromete o futuro da ciência em Portugal e criticou o Governo por promover uma política paradoxal, que busca atrair mão-de-obra qualificada enquanto empurra os formados em Portugal para a emigração.

Mortágua apontou que é imperativo vincular dois mil investigadores nas universidades, uma medida que defendeu como urgente para evitar o desemprego no setor. Ela ainda mencionou os cortes no financiamento dos centros de investigação, que irão, segundo ela, agravar a situação de precariedade, e reclamou por reformas que possam assegurar um futuro mais sólido para os profissionais da ciência em Portugal, defendendo que "as soluções estão à vista" e que o investimento público é fundamental.

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