Rui Tavares acusa Aguiar-Branco de falhar na liderança da AR
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, criticou José Pedro Aguiar-Branco, afirmando que ele "tem medo do Chega" e não consegue liderar eficazmente os trabalhos na Assembleia da República.

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, teceu hoje severas críticas ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, acusando-o de estar "apreensivo em relação ao Chega". Tavares defendeu que esta insegurança está a comprometer a gestão dos trabalhos parlamentares.
"É evidente que [Aguiar-Branco] está a sentir receio do Chega, e isso é preocupante, pois quem tem medo não está apto a conduzir uma assembleia. É pena constatar que Aguiar-Branco carece das competências necessárias para esta função, algo evidente para todos e que merece ser apontado", afirmou Tavares durante a apresentação da candidatura da coligação PS, Livre, BE e PAN à Câmara Municipal de Lisboa, onde a socialista Alexandra Leitão é a candidata principal.
Este comentário surge na sequência de um debate aceso sobre o estado da nação, onde o deputado do PS, Pedro Delgado Alves, expressou a sua vergonha em relação ao presidente do parlamento, acusando-o de agir de forma parcial.
O reparo de Alves foi desencadeado pela ausência de intervenção de Aguiar-Branco quando o líder do Chega, André Ventura, criticou o PS por ter uma "oposição frouxa", ao contrário da advertência feita quando José Luís Carneiro, líder socialista, chamou Ventura de "fanfarrão".
Questionado sobre a situação, Tavares sublinhou que "o principal problema de Aguiar-Branco é não perceber que a função de um presidente da Assembleia da República deve ser orientada pelo princípio do parlamentarismo", que não se resume à vontade da maioria.
O líder do Livre também mencionou outras queixas do seu partido, como os tempos de intervenção em plenário e a disposição dos lugares da sua bancada no hemiciclo. "Aguiar-Branco justifica-se sempre com o argumento da maioria, mas a verdade é que um presidente da Assembleia precisa de entender que o parlamentarismo não corresponde, necessariamente, aos desejos da maioria", enfatizou.
Criticando a "arrogância da maioria", Tavares argumentou que Aguiar-Branco "não é eficaz em equilibrar os direitos de todos os grupos políticos".